Os juros futuros encerraram o dia em alta, acompanhando o avanço do dólar e dos rendimentos dos Treasuries, além da pressão gerada pelo tradicional leilão de títulos públicos do Tesouro Nacional das quintas-feiras. Segundo profissionais da área de renda fixa, uma correção para cima, contudo, já era esperada, dadas as quedas recentes das taxas – quatro consecutivas até terça-feira no caso do contrato de longo prazo mais líquido, para janeiro de 2021.
O cenário internacional foi o principal motivo para a alta das taxas, de acordo com operadores, que destacaram o avanço dos juros nos principais mercados do mundo. As taxas nos Estados Unidos até perderam fôlego no final desta tarde. Mas, dado o avanço firme desde o começo da sessão de quarta-feira, quando o mercado no Brasil ficou fechado pelo feriado do aniversário de São Paulo, ainda estimulavam o ajuste para cima nos juros domésticos.
No pano de fundo, está a percepção de melhora da economia dos EUA, que foi reforçada por dados divulgados nesta quinta. Os negócios refletem ainda expectativas quanto aos efeitos das medidas de estímulo fiscal e de desregulamentação do presidente norte-americano, Donald Trump. “Nós vamos reduzir as regulações em grande escala”, reafirmou. “Reduziremos impostos para classe média e para todas as empresas”, acrescentou.
Internamente, o leilão do Tesouro influenciou o mercado de juros em alta, devido às usuais operações de hedge dos investidores. O órgão vendeu integralmente os lotes de Letras do Tesouro Nacional (LTN) e Letras Financeiras do Tesouro (LFT) ofertados nesta quinta.
Ao término da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro DI para janeiro de 2018 apontava 10,96%, ante 10,94% no ajuste de terça-feira. O DI para janeiro de 2019, 10,47%, de 10,42%; e o DI para janeiro de 2021, 10,73%, de 10,62%.
Às 16h32, o juro da T-note de dez anos estava em 2,514%. No fim da tarde anterior, estava em 2,518% e na máxima mais cedo nesta quinta, em 2,552%. No mesmo horário, o dólar à vista negociado no balcão subia 0,33%, cotado a R$ 3,1794. Na Bolsa, o Ibovespa avançava 0,92%, aos 66.444,40 pontos.