Os principais contratos de juros futuros fecharam em baixa a sessão regular da BM&FBovespa, ainda influenciados pela melhora na perspectiva de alívio da Selic nos próximos meses. O recuo, no entanto, poderia ser maior não fossem a alta do dólar e do rendimento dos Treasuries. O ambiente político conturbado também serviu de limitador para os negócios, com o mercado à espera da “lista do Janot”.
Em sessão de giro mais fraco, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para julho de 2017 (149.840 contratos) encerrou a 11,205%, de 11,235% no ajuste de sexta-feira. O DI janeiro de 2018 fechou com taxa de 10,015% (mínima), ante 10,070%, com 131.610 contratos. A taxa do DI janeiro de 2019 (109.860 contratos) também encerrou na mínima, de 9,52%, de 9,56%. E, nos longos, a taxa do DI janeiro de 2021 (101.740 contratos) caiu de 9,97% para 9,93%.
As taxas oscilaram entre os níveis dos ajustes anteriores e leve queda pela manhã, em movimento pouco firme diante da falta de agenda relevante por aqui, mas se firmaram em baixa no período da tarde. Várias instituições continuam revisando para baixo projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e Selic ao final de 2017, após a surpresa com o IPCA de fevereiro (0,33%) abaixo do previsto, na sexta-feira. Pela manhã, o Boletim Focus também trouxe mudança importante na mediana das estimativas. A expectativa de IPCA caiu de 4,36% para 4,19% e para a Selic, de 9,25% para 9,00%.
A Modal Asset reviu suas projeções de corte da Selic para os encontros de abril e maio do Comitê de Política Monetária (Copom) de 0,75 ponto porcentual para 1,25 ponto. Já o BNP Paribas projeta aceleração nas reduções no juro de 0,75 ponto para 1 ponto nas reuniões de abril a setembro. O banco também reafirmou a previsão de que a taxa básica de juros deve terminar 2017 em 8%, mas vê chances de ficar abaixo deste patamar.
Na política, é esperado para esta segundo o envio ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, dos pedidos de abertura de 80 inquéritos envolvendo parlamentares com base nas delações da Odebrecht. Ainda sobre a empreiteira, o patriarca do grupo, Emílio Alves Odebrecht, prestou depoimento por videoconferência na Justiça Federal, em São Paulo, mas o conteúdo ficará em sigilo, por determinação do juiz Sérgio Moro.