A Toyota acredita que o mercado de veículos no Brasil chegou ao fundo do poço, afirmou nesta segunda-feira, 13, o vice-presidente executivo da empresa no País, Miguel Fonseca. “O índice de confiança do empresário já está voltando e, pelos resultados das vendas dos últimos meses, a tendência é que o fundo do poço já tenha sido alcançado”, disse Fonseca, durante evento do setor automotivo em São Paulo.
Na avaliação do executivo, a confiança do consumidor deve ser retomada à medida que o ambiente político acelerar seu processo de estabilização. “De novembro de 2014 para cá, a confiança do consumidor caiu muito por causa da situação política. Como acreditamos que a queda súbita da confiança do consumidor tem face política e não econômica, quando a situação política se estabilizar, também vai recuperar rapidamente o mercado”, explicou.
A estabilização esperada para o restante não será suficiente, no entanto, para compensar a queda acumulada pelo mercado nos cinco primeiros meses de 2016, disse Fonseca. Tanto que a previsão a Toyota para o mercado de veículos no Brasil é de 2 milhões de unidades, retração aproximada de 20% em relação às 2,569 milhões de unidades vendidas no ano passado. Só a Toyota deve reduzir as suas vendas de 176 mil unidades em 2015 para 172 mil unidades em 2016. A produção, segundo ele, ficará estável em 174 mil.
Fonseca disse ainda que o aumento do preço esperado para o restante do ano, em razão de pressões de custo vindas do dólar e da inflação, também deve conter o avanço das vendas no segundo semestre.
Apesar do diagnóstico, a montadora japonesa tem sido uma das menos afetadas pela crise no Brasil. Enquanto o setor acumula queda de 26% nas vendas nos primeiros cinco meses do ano em relação a igual período de 2015, a Toyota enfrenta retração bem mais suave, de 2,2% na mesma comparação. Com isso, a marca espera elevar a sua participação de mercado, de 6,8% em 2015 para 8,6% em 2016.