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Trilha de Blade Runner é tão visionária quanto todo o longa

O músico grego Vangelis, que hoje tem 74 anos, já era uma ícone quando 1982 chegou trazendo o convite para que ele desse vida sonora a Blade Runner. Um ano antes, Vangelis havia feito a trilha das trilhas para Carruagens de Fogo, vencendo com ela o Oscar de 1981. Blade Runner o desafiava agora em outras frentes, muito mais alinhado à estética de suas aventuras à frente da banda de rock progressivo chamada Aphrodites Child, formada na Paris de 1968, quando ele deixou a Grécia e morou por lá, do que com os estudos de música clássica da juventude.

Vangelis parece ter analisado o filme compulsivamente até criar temas impressionantemente ligados ao tempo em que tudo acontece. Não seria demais dizer que outra trilha menos cuidadosa não teria colocado o longa de Ridley Scott no mesmo patamar.

Reveja a cena de Main Titles, por exemplo. Vangelis não cria o fundo para a cena em que o personagem de Harrison Ford analise a foto de um replicante depois de acessar um computador. Ele a complementa. Seus sons “acontecem” como as imagens. É tudo muito casado.

O que fica de mais pop da trilha, indiscutivelmente, é Love Theme, uma composição para saxofone e os sintetizadores visionários de Vangelis. A paixão tecnicamente impossível entre um caçador de androide, Rick Deckard (Ford), e uma replicante ganha uma melodia redentora, profunda e ao mesmo tempo sombria, como todo o filme se apresenta. A história musical de Blade Runner fez tanto sucesso que um segundo lançamento mais caprichado veio em 1994, e, treze anos depois, em 2007, a compilação mais completa de todas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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