O presidente da Riachuelo, Flávio Rocha, defendeu nesta quarta-feira, 14, propostas de flexibilização das leis trabalhistas. Para o executivo, o varejo poderia gerar mais empregos no Brasil se a legislação permitisse novos tipos de contrato de trabalho.
Rocha participou do Congresso Nacional das Relações Empresas-Cliente, em São Paulo, e defendeu que o atendimento nas lojas poderia ser melhor gerido com mudanças trabalhistas.
“O varejo como um todo lida com uma dificuldade grande, algo que está em pauta essa semana, que é o fato de a legislação trabalhista ser feita sob a lógica industrial e isso está revelando sua inadequação para o varejo e os serviços”, comentou Rocha. Ele considerou que há picos ao longo de um dia no fluxo de clientes nas lojas do varejo, mas que a legislação atual obriga escalas de trabalho que não atendem a essas flutuações.
A mudança da legislação trabalhista é uma das bandeiras do grupo de grandes redes de varejo representadas pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV). Em outras ocasiões, a entidade já defendeu a implementação de modelos de contratação para jornadas de trabalho mais curtas e temporárias, que atendessem a períodos de demanda mais intensa.
“Nos Estados Unidos, uma mãe de família deixa os filhos na escola e trabalha algumas horas, o estudante pode trabalhar meio período, o aposentado pode trabalhar algumas horas… Isso permite a flexibilidade para atender aos picos de demanda dos clientes”, acrescentou Rocha.
A reforma trabalhista que deve ser proposta pelo governo do presidente Michel Temer até o fim do ano pretende elevar o limite da jornada diária de 8 horas para 12 horas, já contando horas extras, conforme tem dito o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira. O teto semanal será mantido em 48 horas (44 horas mais 4 horas extras). A proposta ainda criará dois novos tipos de contrato: por hora trabalhada e por produtividade.