O grupo Votorantim, que faz parte do bloco de controle da Fibria e detém 29,42% da gigante de celulose, ainda não decidiu o que fará com os recursos levantados se decidir pela venda de sua fatia no negócio. Em comunicado ao mercado nesta terça-feira, 13, a Fibria confirmou que recebeu proposta da Paper Excellence (PE), da família indonésia Wadjaja, também dona da Asia Pulp and Paper; e que segue em conversas com a Suzano, sua principal concorrente no País, conforme antecipou o jornal O Estado de S. Paulo.
Dona de um conglomerado, que atua em cimento, siderurgia, suco de laranja e dona de um banco, a família Ermírio de Moraes deverá decidir nos próximos dias qual destino dar à Fibria, maior produtora global de celulose. A decisão de entrar em um novo negócio ou mesmo aplicar o dinheiro na companhia só deverá ser tomada depois das eleições deste ano, apurou o Estado.
Entre segunda e terça-feira, os acionistas do grupo se reuniram com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), principal sócio da companhia e que também faz parte do bloco de acionistas.
O banco de fomento detém 29,08% da Fibria e é sócio minoritário da Suzano, com 6,9%. Fontes a par das negociações afirmaram que BNDES tem sido consultado pelos dois potenciais investidores, mas que uma decisão a favor da empresa nacional faria mais sentido, já que fortaleceria a indústria de celulose no País frente aos rivais globais.
A PE avaliou a Fibria em R$ 40 bilhões e se propôs a pagar uma multa de R$ 4 bilhões (“breakup fee”), se as negociações não forem adiante. Já a Suzano tem bancos que devem ajudar a família Feffer a bancar o financiamento para o grupo ter o controle da companhia.
Diante da perspectiva de uma consolidação, com maior probabilidade de fusão entre Suzano e Fibria, o Credit Suisse estimou um potencial de alta de até 17% no valor de mercado combinado das companhias em relação ao atual. O banco diz que desde 17 de dezembro o valor de mercado das duas companhias acumula um ganho de R$ 15 bilhões. Hoje, juntas, as duas empresas valem R$ 63 bilhões. Procurados, BNDES, Suzano e Votorantim não comentaram. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.