Estadão

Venda de diesel deve crescer 2,4% em 2022 e de etanol cair 3,7%, prevê EPE

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) prevê que, apesar do aumento dos preços de combustíveis e da inflação, a demanda brasileira de combustíveis deve ultrapassar a média registrada em 2019 ainda em 2022, e seguir em alta em 2023, devido à recuperação dos impactos da pandemia e ao crescimento do agronegócio.

A autarquia prevê um aumento de 2,4% das vendas de óleo diesel este ano, de 3,1% nas vendas de gasolina e de 37% nas vendas de querosene de aviação (QAV). Para o etanol a previsão é de queda de 3,7%, enquanto a venda de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), ou gás de cozinha, deve permanecer estável.

"A demanda de diesel deve seguir elevada, apesar de um ambiente externo volátil e adverso, que elevou os preços consideravelmente. Isso ocorre principalmente pelo aumento da produção agrícola, das vendas recordes de automóveis a diesel, e da antecipação de vendas de caminhões devido à entrada do Proconve P8 (Programa de Controle de Poluição)", informou a EPE.

Para os combustíveis do ciclo Otto (gasolina, etanol e Gás Natural Veicular), o levantamento considera que as mudanças tributárias federal (PIS/Cofins e Cide) e estadual (ICMS), que vêm ocasionando uma redução nos preços dos combustíveis, podem impulsionar a recuperação da demanda.

Em relação ao QAV, a autarquia avaliou que os níveis dos voos domésticos já se recuperaram e voltaram aos níveis pré-pandemia, mas os preços e o câmbio ainda afetam o consumo, especialmente nos voos internacionais. "Porém, esse consumo deve seguir em recuperação, alcançando os níveis pré-pandemia no segundo semestre de 2023", destacou.

As vendas de GLP devem permanecer estáveis em 2022. "Preços elevados e o retorno ao trabalho presencial reduzem a demanda. No entanto, programas de transferência de renda e a redução da desocupação compensam parcialmente essa queda", explicou a EPE no documento.

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