Esportes

Ventilação artificial no estádio aquático no Rio-2016 pode ser descartada

O uso de “ventilação artificial” na área das piscinas do Estádio Aquático Olímpico – que segundo o diretor-executivo da Federação Internacional de Natação (Fina), Cornel Marculescu, foi prometida à entidade – pode acabar ficando mesmo somente na promessa. Nesta quarta-feira, último dia do Troféu Maria Lenk, o diretor de Esportes do Comitê Rio-2016, Rodrigo Garcia, afirmou que a questão está ainda sob análise, mas que “há um estudo que comprova que não é necessário”. Além disso, nem Prefeitura do Rio, nem o comitê, querem arcar com os custos.

Na sexta-feira passada, Marculescu afirmou ter a garantia da prefeitura de que seria instalado um sistema de ventilação durante a Olimpíada. “Aqui na piscina vamos ter ventilação artificial. Conversamos com o prefeito (Eduardo Paes) e creio que será feito em breve. Não é ar-condicionado, é uma ventilação artificial para os atletas”, disse, na ocasião.

Nesta quarta, porém, um dos responsáveis pela organização dos Jogos deu a entender que ela não será instalada. “A instalação (estádio aquático) usa ventilação natural. A gente não tem ainda um plano de ventilação forçada, que é a solicitação da Fina, além da climatização na área da piscina. O que a gente vai continuar fazendo é a modelagem e o estudo, para ver se a temperatura vai continuar subindo ou não. Hoje é uma temperatura totalmente diferente da que vai ter durante os Jogos, que serão no inverno”, disse Rodrigo Garcia. “Se chegar até 30°C, a gente consegue manter a temperatura do deck da piscina agradável.”

O calor é uma das maiores reclamações de atletas e dirigentes que estão na disputa do Troféu Maria Lenk. Mesmo assim, o Rio-2016 assegura que a instalação da ventilação artificial não é uma necessidade.

“A gente tem um estudo que comprova que não é necessário, mas para atender a essa demanda a mais da Fina, que não se sente confortável, a gente está fazendo mais estudos para mostrar ao senhor Marculescu, que falou que não está feliz com isso”, declarou Garcia.

O custo necessário para instalar o sistema não foi informado, mas é certo que há um jogo de empurra para saber quem bancaria. “O orçamento do Rio-2016 é para operação (dos Jogos). A gente gasta dinheiro com a operação das instalações. Até a gente receber a instalação pronta, o custo deveria ser da prefeitura”, defendeu Garcia. Mas ele mesmo afirmou que a Prefeitura do Rio já avisou que não irá bancar novas estruturas para a Olimpíada.

QUEDA DE LUZ – As constantes quedas de luz na Arena Rio, que está sediando evento-teste de ginástica, também foram comentadas por Garcia. “Toda a instalação durante os Jogos tem dupla alimentação (de energia), a rede normal de consumo e uma energia de backup. No caso da ginástica, não estamos trabalhando com as duas redes ainda. Tem muita coisa em gerador ainda, e parte desses problemas foi com geradores”, explicou.

No domingo, o placar eletrônico que registra as notas das atletas apagou, o que causou atrasos. A pane, porém, teve outra razão. “O placar na ginástica foi problema de uma quebra de um cabo, por causa das obras no entorno da instalação. Na substituição teve um pico de energia, a gente teve que desligar uma parte e, quando foram religar, religaram errado o placar”, revelou. A Arena Rio foi construída para a disputa dos Jogos Pan-Americanos de 2007 e recebe eventos diversos esportivos desde então, como o UFC.

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