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A saúde no Brasil

No sábado, nossa cidade recebeu o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para uma visita às obras da UPA São João. Além de se revelar um gestor dinâmico, Padilha demonstrou gostar de acompanhar as ações de seu Ministério in loco e trouxe um conjunto de informações e notícias positivas para esse estratégico setor de nossa sociedade.


Ao ser questionado pela população sobre a falta de médicos nos órgãos de saúde, o ministro assumiu publicamente dois compromissos: projetar e construir um novo hospital para a região do São João, em convênio com a Prefeitura; e estudar a possibilidade da instalação de um curso de medicina na cidade, como parte do Plano Nacional de Educação Médica, uma iniciativa que tem entre suas diretrizes formar 120 mil novos médicos até 2020.


Essas medidas são ainda mais urgentes quando se observa a grave crise financeira da maioria dos planos de saúde, com descredenciamento de prestadores de serviços, queda na qualidade dos atendimentos, fechamentos e fusões. Ao que tudo indica, caberá ao sistema público absorver uma parte da demanda coberta hoje pelos planos, o que traz ainda mais importância ao discurso do ministro de boas perspectivas na melhoria dos serviços do SUS.


Muita gente sequer desconfia que o Brasil é o único País no mundo, com mais de 100 milhões de habitantes, com um sistema público e unificado de saúde. É certo que ainda há um longo caminho até atingirmos níveis de atendimento de primeiro mundo. Mas o ministro acredita que alcançaremos a taxa de 2,5 médicos por mil habitantes (a atual é de 1,73), índice que nos aproximaria de países como o Japão (2,1), a Grã-Bretanha (2,3) e a Argentina (2,7).


Outro ponto importante que está na proposta é a possibilidade de estágio remunerado de dois anos em prontos socorros federais, após a conclusão do curso. O treinamento também pretende garantir ao profissional médico uma titulação acadêmica semelhante ao mestrado e ao doutorado, se transformando em bônus para provas de residência médica. Essa simples medida deve melhorar, e muito, a oferta de profissionais nesses locais, a médio e a longo prazo.


O Conselho Federal de Medicina precisa somar esforços na concretização do Plano Nacional de Educação Médica e reavaliar algumas ressalvas a ele. A defesa do aumento das remunerações salariais e da carreira profissional não podem ser as únicas soluções para a saúde. Um órgão de representação de classe tão importante não pode perder a visão do todo, sob o risco da terrível cegueira do corporativismo atrasado e reacionário.


 


José Luiz Guimarães


Vereador (PT) e líder do Governo na Câmara. Escreve às quintas-feiras nesta coluna

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