Assistimos em Guarulhos, por parte de diferentes setores ligados à administração municipal, uma série de escândalos que têm em comum a participação direta de petistas históricos. Alguns, inclusive, ligados diretamente ao ex-prefeito Elói Pietá, por muito tempo tido – por alguns segmentos – como um intocável. Porém, nada como o passar dos anos para que diversas máscaras caiam pelo caminho. E isso tem um motivo simples: esses sujeitos, que se acham acima da lei e da ordem, não têm competência para administrar uma grande cidade como Guarulhos.
Desta forma, não é estranho que os muitos partidos que existem dentro do PT comecem a bater de frente uns com os outros, todos em busca da sobrevivência às custas da administração pública, já que não conseguem trabalhar como pessoas normais. Não fossem os carguinhos que acumulam, desde os tempos em que comandavam sindicatos, alguns dificilmente teriam condições de manter uma vida confortável, como vários deles ostentam por aí. Nada contra, inclusive, que pessoas de bem – por meio do suor do trabalho – melhorem seus padrões de vida, a partir das oportunidades que surgem.
Mas o PT de Guarulhos não entende assim. Hoje, conforme mostra parte da imprensa, comprometida com a verdade, até aqueles que sempre posaram como santos estão metendo a mão na cumbuca. Nunca comeram mel e andam se lambuzando para quem quiser ver, como se tudo o que fazem com o dinheiro do povo nunca viesse a ser flagrado.
É a Secretaria de Finanças, não mãos de Nestor Seabra, que cuida dos cofres da Prefeitura, e faz pagamentos milionários a empresas que não comprovam os serviços prestados. É a Saúde, sob a batuta de Carlão Derman, que não consegue explicar como mais de uma dezena de crianças morreram no Hospital Municipal. É a Educação, que tem a ex-vice prefeita de Pietá, Eneide Lima, com a corda no pescoço, após denúncia feita pelo próprio colega de partido, o secretário Moacir de Souza. Isso só para citar alguns casos ligados diretamente ao ex-prefeito.
Para piorar ainda mais, os velhos petistas, que usaram e abusaram do meio sindical para subir na vida, agora viram as costas para as reivindicações dos servidores. Basta ver o movimento dos motoristas da Prefeitura, que não conseguem nem falar com seus antigos líderes e só estão mobilizados graças a ajuda de outros sindicatos independentes. Os vereadores que subiam nos carros de som, incluindo o atual prefeito, daqui a pouco terão de andar de carro blindado, já que não têm mais como encarar frente a frente os antigos companheiros de jornada. Por tudo isso, o PT vai se desmanchando, num processo rápido de auto-destruição.
Carlos Roberto de Campos
Empresário, deputado federal e presidente do Diretório Municipal do PSDB, escreve às sextas-feiras.
