Economia

Sondagem da FGV aponta aumento da produção no fim do ano

A melhora da percepção sobre a situação atual, indicada na prévia da Sondagem da Indústria de novembro, sinaliza uma retomada na atividade na reta final de 2014, afirmou nesta sexta-feira, 21, o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da Fundação Getulio Vargas (FGV), Aloisio Campelo. Por outro lado, as expectativas em queda indicam que ainda é cedo para perceber essa recuperação como uma tendência para os próximos meses, ponderou o economista.

Em novembro, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) subiu 3,9% na prévia. O resultado veio de uma combinação de avanço de 8,8% no Índice de Situação Atual (ISA) e de recuo de 0,7% no Índice de Expectativas (IE).

“Essa melhora do ISA sinaliza alguma aceleração da produção no fim do ano. Mas as expectativas mostram que é cedo para considerar que isso vai se manter daqui para frente”, afirmou Campelo. “Eu diria que estamos menos no fundo do poço do que estávamos”, acrescentou o especialista.

Cauteloso, Campelo lembra que a indústria sofreu muito nos últimos meses, com fatores que levaram a um aprofundamento da desaceleração da atividade – como a Copa do Mundo e as eleições. Agora, os empresários já começam a notar alguma melhora em termos de demanda doméstica e nível de estoques. “Os estoques ainda estão acima do desejado, mas começam a melhorar”, disse.

Apesar do resultado, o superintendente prefere não dar como certo que o resultado da indústria no quarto trimestre será positivo. Entre julho e setembro, a produção recuou 0,2% em relação ao segundo trimestre, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Há uma melhora ao longo do quarto trimestre, então há uma possibilidade (de o resultado ser positivo)”, afirmou Campelo.

Ainda segundo a sondagem, a percepção sobre demanda externa melhorou nos últimos dois meses, o que pode ser reflexo da desvalorização do real ante o dólar, segundo o superintendente. Os bens intermediários, que sofrem com a concorrência de importados, também mostraram maior confiança em novembro, o que corrobora essa tese. “Há uma percepção de melhora, e isso pode ter influência no ICI”, disse Campelo.

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