Economia

Taxas futuras de juros fecham em alta com cenário externo tenso

Os juros futuros encerraram com alta firme a sessão desta sexta-feira, 10, provocada pelo aumento da aversão ao risco no exterior. O movimento foi visto na curva como um todo, com destaque para os vencimentos longos, que normalmente são mais sensíveis ao humor externo e têm atuação mais frequente de investidores estrangeiros.

O pano de fundo para o estresse nos ativos financeiros é o crescimento das preocupações com a economia global, na medida em que se aproxima a reunião de política monetária do Federal Reserve, nos dias 14 e 15, e a consulta popular sobre se o Reino Unido deve deixar a União Europeia (UE), marcada para 23 de junho.

Ao término da negociação regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) vencimento em janeiro de 2017 fechou em 13,705%, de 13,680% no ajuste anterior, com 92.397 contratos. O DI janeiro de 2018 (186.970 contratos) terminou na máxima de 12,68%, de 12,55% no ajuste de ontem. O DI janeiro de 2019 (142.415 contratos) também fechou na máxima, a 12,50%, de 12,30% no último ajuste. Com 127.850 contratos, o DI janeiro de 2021 fechou em 12,58%, de 12,35%.

“É mais lá fora, neste dia de quedas fortes das bolsas na Europa e EUA e fortalecimento do dólar. Não tivemos notícias domésticas para justificar o desenho da curva”, disse o estrategista-chefe da Indosuez, Vladimir Caramaschi. Vários sinais de alertas emitidos por autoridades têm sido monitorados e ampararam a busca por proteção dos investidores nos chamados ativos seguros, como os títulos do Tesouro alemão e norte-americano e no iene.

Nesta sexta, o presidente do Banco da Alemanha (Bundesbank), Jens Weidmann, advertiu que os bancos centrais podem gerar volatilidade nos mercados, caso as taxas de juros sejam mantidas baixas por um tempo demasiado.

A percepção é de que se o Reino Unido deixar a UE os níveis de tensão nos mercados aumentarão significativamente, como alertou ontem o megainvestidor George Soros. Pesquisa de opinião divulgada hoje pelo jornal The Independent, com 2 mil pessoas, mostra que 55% dos entrevistados acreditam que o Reino Unido deveria sair do bloco.

Estudo da consultoria PwC mostra que o Reino Unido pode perder quase 1 milhão de empregos, caso os eleitores votem pela saída do país da União Europeia. Além disso, parte do setor financeiro ameaça migrar para Frankfurt ou Paris se houver o Brexit.

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