Economia

Moreira Franco: crise é fruto de erros de políticas econômicas nos últimos anos

O secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da Presidência da República, Moreira Franco, afirmou que o Brasil vive a “mais grave crise econômica” da história do País e que a razão desta crise não é externa, mas sim fruto de erros de políticas econômicas cometidos ao longo dos últimos anos.

“Tivemos erros e o ambiente internacional agrava nossa situação, aumenta nosso desafio, torna tudo mais complexo”, disse Moreira Franco, durante participação em evento promovido pelo Citi em São Paulo nesta quinta-feira, 30.

Em relação ao cenário político, Franco avaliou que, apesar do contexto de crise, as instituições estão funcionando com “a mais absoluta naturalidade”. “Estamos resolvendo os problemas conforme a constituição e com regras previamente conhecidas”, disse. “A Câmara dos Deputados esta votando temas importantes.”

Para o secretário executivo do PPI da Presidência da República, em meio às instabilidades políticas e econômicas, o novo governo precisa, de imediato, perseguir o equilíbrio fiscal e, ao mesmo tempo, tomar medidas que retomem o investimento e o crescimento, de modo a permitir a geração de empregos e a manutenção da estabilidade social.

“Para que tenhamos condições de avançar, precisamos desde já ampliar a capacidade de investimento”, disse Moreira Franco. “O Estado está quebrado, o poder público não tem recursos. Não há outro caminho, temos que buscar restabelecer o ambiente de negócios, para dar confiança ao investidor privado e permitir que ele faça parcerias com o setor público.”

Segundo Moreira Franco, as dimensões continentais do País fazem com que o Brasil apresente um déficit de infraestrutura, o que faz com que os investimentos nessa área sejam atrativos e permitam a geração de mais empregos.

“O governo Dilma fez muitas concessões, mas com uma modelagem e opções extremamente desastrosas. A principal delas foi achar que a ideologia poderia substituir a aritmética”. disse. “Com isso, tivemos que buscar alternativas de compensação financeira para que o custo final garantisse uma taxa de retorno mais baixa e uma tarifa mais adequada”.

Em sua participação no evento, Moreira Franco destacou ainda que a prática de realização de concessões com financiamentos do BNDES a taxas menores que as de mercado vem dessa modelagem, e que, agora, o novo governo está procurando soluções que permitam superar esse tipo de mecanismo e restabelecer a confiança por parte do mercado.

“O futuro precisa ser construído com novas regras”, disse. “É preciso que haja transparência, é preciso que o papel de cada protagonista seja claro e definido”, afirmou.

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