Sinalizações do governo de que a queda do dólar atingiu um nível desconfortável levaram o mercado de câmbio a promover o segundo dia consecutivo de ajustes, com investidores promovendo recomposição de posições em moeda americana. Ao final dos negócios no mercado à vista desta sexta-feira, 12, o dólar ficou cotado a R$ 3,1847, com alta de 1,47%. No acumulado da semana, a divisa somou ganho de 0,48% frente ao real.
Se até o meio da semana especulava-se que a cotação do dólar pudesse ceder até R$ 3,00 ou menos, por conta da expectativa de ingresso de recursos ao País, agora o mercado trabalha com R$ 3,13 como uma barreira para o Banco Central, pelo menos no curto prazo.
Foi nesse patamar que a autoridade monetária anunciou, na quarta-feira (10), a elevação de 50% na ração diária de contratos de swap cambial reverso. Na quinta-feira, 11, e hoje, o BC ofertou ao mercado 15 mil contratos desse tipo (US$ 750 milhões), e não mais 10 mil, como vinha fazendo.
Em uma primeira reação, nesta quinta, o dólar à vista subiu 0,29%. A alta bem mais expressiva nesta sexta-feira refletiu dois fatores. O primeiro foi a fala do presidente em exercício, Michel Temer, de que a apreciação do câmbio é uma preocupação e que a orientação do governo será na busca de um equilíbrio. O outro fator foi o fortalecimento do dólar frente a maioria das moedas de países emergentes no período da tarde, depois de uma manhã de desempenho fraco. Na máxima do dia, a cotação do dólar à vista chegou a R$ 3,1930 (+1,74%).
O dólar já iniciou o dia em alta ante o real, na contramão da tendência predominante no mercado internacional, que ainda era de desvalorização da divisa americana. No início do dia, a moeda americana se enfraqueceu perante às demais, com a divulgação de indicadores econômicos mais fracos que o esperado, que reforçaram as apostas de que o aumento de juros nos Estados Unidos deve demorar mais. A moeda voltou a ganhar fôlego à tarde, o que acabou por reforçar a apreciação ante o real.