Economia

Gigante americana de autopeças abre loja em SP

Depois da formação de grandes redes de varejo focadas em materiais de construção, brinquedos ou produtos para animais de estimação no Brasil, a próxima onda do comércio de nicho deve ser a venda de autopeças. A americana Autozone, dona de 5 mil lojas e faturamento global de US$ 9 bilhões, vai inaugurar na sexta-feira, 05, a sua primeira loja em São Paulo. O plano da companhia é levar seus serviços para todo o País e formar uma gigante do varejo especializado em autopeças.

A Autozone chegou ao Brasil em 2012, com uma loja piloto na cidade de Sorocaba. Até o momento, a companhia tem quatro unidades no Estado de São Paulo. Segundo o diretor-geral da empresa no Brasil, Mauricio Braz, a companhia testou o mercado nos primeiros anos e agora deve partir para um plano de expansão mais agressivo.

As próximas três unidades serão abertas na capital paulista este ano. “Nossos planos para o Brasil são ambiciosos. O modelo depende de escala”, explica Braz.

Ele não revela quantas lojas a companhia pretende abrir no Brasil. Braz, no entanto, destaca que o mercado brasileiro é maior que o mexicano e lá a Autozone tem 400 unidades.

A existência da quarta maior frota de veículos do mundo no Brasil, estimada em 35 milhões de carros e comerciais leves pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), torna elevado o potencial de vendas de autopeças no País, explica Eugenio Foganholo, diretor da consultoria Mixxer, especializada em varejo e bens de consumo. “O varejo de autopeças é extremamente pulverizado. Há espaço para uma grande rede no setor.”

Ele lembra que a tendência no varejo brasileiro é se especializar e ganhar escala. De olho no potencial de crescimento do varejo de nichos, diversos fundos de private equity compraram recentemente fatias de empresas como Ri Happy, de brinquedos, e Pet Center Marginal, de produtos para animais.

Concorrência

Em São Paulo, a Autozone vai disputar o mercado com empresas familiares que já tem megalojas especializadas na venda de autopeças, como a Voli, que tem quatro unidades, e a Mercadocar, com cinco lojas. Ambas se denominam “shoppings de autopeças” e apostam em um modelo de lojas com uma média de 8.000 m² e venda consultiva.

Tanto a Voli quanto a Mercadocar nasceram como pequenas lojas de autopeças e depois expandiram o formato para megalojas. A Voli, por exemplo, abriu sua primeira lojinha há 45 anos, com uma marca que misturava os nomes das montadoras que atuavam no Brasil na época – o “Vo” é de Volkswagen e o “li” é de Willys. A loja se tornou um “hipermercado” de produtos para o carro depois que o seu fundador voltou de uma viagem ao Japão, onde foi visitar familiares. “Meu pai viu que lá existiam grandes lojas de autopeças e voltou com a ideia de fazer um supermercado”, conta Elizabeth Sato, diretora da Voli.

Elizabeth diz que a Voli também tem planos de expansão para 2015, quando deve estrear um novo formato de lojas, cujos detalhes ela não revela.

Já a Mercadocar está no varejo há 41 anos, mas se tornou uma rede a partir de 2002, quando abriu sua segunda unidade. Hoje são cinco lojas. A maior delas fica no bairro Barra Funda, de São Paulo, tem 15 mil metros quadrados, 100 mil itens e funciona 24 horas. Segundo o diretor comercial da empresa, André Gandra, a Mercadocar pretende abrir sua sexta loja na cidade em 2015 e lançar um e-commerce.

Gandra e Elizabeth dizem não se preocupar com a chegada da Autozone em São Paulo, justificando que o modelo de lojas é diferente. Enquanto Voli e Mercadocar apostam em lojas maiores, similares aos hipermercados no varejo de alimentos, a Autozone tem lojas com 700 m² de aérea construída, um formato que lembra os mercados de bairro e aposta na conveniência. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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