Saúde

Disfunção erétil deve ser tratada com prioridade

Dados mostram que 36,5% da população masculina da região Sudeste do País têm o problema, contra 44% da média nacional

Levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) mostra que 36,5% da população masculina da região Sudeste do País têm disfunção erétil, contra 44% da média nacional

Os dados foram colhidos durante a caravana itinerante Movimento pela Saúde Masculina, uma parceria entre a SBU e a Eli Lilly do Brasil, que percorreu 22 cidades brasileiras entre os meses de março e setembro de 2010, atendeu 9.982 homens e atualizou os dados sobre disfunção erétil (DE) no Brasil.

Foram 4.873 homens atendidos pelo Movimento nas cidades de Guarulhos, São Paulo, Campinas, Santos, São José dos Campos, Ribeirão Preto, São Bernardo do Campo, Vitória, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Nova Iguaçu e Niterói. Desses, 1.780 se queixaram de sintomas de disfunção erétil. Ainda com base nos atendimentos, o levantamento apontou que a disfunção erétil é, definitivamente, a principal queixa masculina referente à sexualidade.

Ainda muito ligada às questões da masculinidade, a disfunção erétil não pode ser tratada como algo secundário, já que, em muitos casos, ela é um indicativo de doenças ainda mais sérias, que podem comprometer a saúde masculina. Um balanço de todas as cidades pelas quais o Movimento passou apontou que dos 4.392 homens com algum grau de disfunção erétil que foram atendidos, 56% deles afirmaram ser hipertensos, 19% diabéticos, 13% têm colesterol alto e, ainda, 12% deles são cardíacos.

"Isso só comprova a preocupação que a SBU sempre teve em relação à doença. Além de afetar a autoestima masculina e prejudicar os relacionamentos afetivos, geralmente, a disfunção erétil pode estar relacionada a outros males e, portanto, os médicos, independente da especialidade, devem conversar com os seus pacientes e investigar com muita atenção as causas da doença", esclarece o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, Modesto Jacobino.

Apesar de todos esses indicativos preocupantes, os homens brasileiros com DE ainda resistem em procurar ajuda médica. Apenas 23% deles fazem acompanhamento regular com urologistas, seja por preconceito e vergonha ou, simplesmente, por falta de acesso.

Se por um lado, a visita ao médico não é prioridade, por outro, o levantamento identificou uma característica tipicamente brasileira, a automedicação: 338 homens (9%) relataram que tomam regularmente medicamentos para disfunção erétil, sendo que 57% o fazem sem a orientação médica. Outros 925 homens (22%) afirmaram, ainda, que já tomaram medicamentos para DE, 70% deles sem a orientação médica.

Atividades físicas e o tabagismo são outros fatores que devem ser levados em consideração, embora a população masculina brasileira não os achem relevantes. Segundo o balanço da SBU, apenas 31% dos homens com disfunção erétil praticam atividades físicas regularmente e 14% deles se declararam fumantes.

"Embora um índice relativamente pequeno, o tabagismo deve ser levado em consideração, já que os malefícios do cigarro são imensos e prejudiciais à saúde. Além disso, é imprescindível a prática de esportes, que proporciona bem-estar e aumenta a qualidade de vida das pessoas", enfatiza Jacobino.

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