Os juros futuros fecharam a sessão regular desta quinta-feira, 23, em queda firme em todos os vencimentos, ainda em razão do otimismo com o cenário de inflação e Selic, após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de novembro ter vindo perto do piso das expectativas, e também com o investidor retomando esperanças na aprovação da reforma da Previdência ainda este ano, em meio a especulações sobre a data de votação do texto.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 caiu de 7,19% para 7,12% e a de janeiro de 2020, de 8,43% para 8,34%. A taxa do DI para janeiro de 2021 encerrou em 9,18%, de 9,25%. O DI para janeiro de 2023 terminou com taxa de 9,98%, ante 10,03% no ajuste da quarta-feira.
A liquidez ficou abaixo do padrão nos mercados domésticos, mas no segmento de juros o volume não foi tão ruim quanto o imaginado para um dia sem negócios em Wall Street, em função do feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos.
O mercado já começou o dia em tom positivo, com as taxas de curto e médio prazos reagindo ao IPCA-15 de novembro de 0,32%, que praticamente repetiu a inflação de outubro (0,34%), quando a mediana das estimativas apontava para uma aceleração a 0,38%. O piso das expectativas coletadas pelo Projeções Broadcast era de 0,29%.
Em 2017, o IPCA-15 tem alta de 2,58%, o menor patamar para o acumulado do ano até novembro desde 1998. Em 12 meses, a taxa de 2,77% segue abaixo dos 3% que é a banda inferior da meta de inflação. Toda esta conjuntura ratifica a expectativa de queda de 0,50 ponto porcentual da Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em dezembro e estimula apostas de mais um corte, de 0,25 ponto no encontro de fevereiro.
Na ponta longa, pela manhã, o mercado reagia mal à falta de quórum, na quarta-feira, no jantar oferecido pelo presidente Michel Temer no Palácio da Alvorada para apresentar a nova versão da reforma da Previdência, segundo fontes, abaixo do número de 200 parlamentares informado pelo relator do texto, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA).
À tarde, os longos se firmaram em baixa, em meio a informações extraoficiais de que o governo teria fechado nesta quarta-feira um acordo preliminar com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para colocar a reforma em votação em 5 de dezembro.