Os preços no atacado estão caindo em ritmo cada vez menor, levando o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) a mostrar aceleração em julho. O IGP-10 caiu 0,56%, menos do que a taxa de -0,67% observada em junho, informou nesta quarta-feira, 16, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O movimento foi influenciado tanto pelos preços agropecuários quanto industriais.
Os bens finais tiveram deflação de 0,82%, menos intensa do que o recuo de 1,45% há um mês. Os alimentos in natura tiveram queda menor, de 7,46%, contra -12,17% em junho. Mas o tomate ainda ficou 20,07% mais barato.
Entre as matérias-primas brutas, a queda de 2,19% também foi menor do que em junho (-2,62%). Ganharam força neste mês os bovinos (-0,91% para 1,46%), os suínos (-2,02% para 2,17%) e as aves (-3,38% para 1,58%). O café em grão recuou 5,22%, menos do que no mês passado (-9,17%), contribuindo para a aceleração. No sentido inverso, desaceleraram soja (1,92% para -2,85%), minério de ferro (-4,98% para -5,86%) e arroz em casca (2,39% para 0,33%).
Nos bens intermediários, a queda também foi menor (-0,24%, ante -0,35%). Segundo a FGV, todos os subgrupos ganharam força em julho, mas o destaque foram os suprimentos (-0,77% para -0,12%).
Varejo
Apesar da aceleração do IGP-10 em julho, os preços ligados ao varejo e ao setor de construção perderam força na passagem do mês, de acordo com FGV. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,24% em julho, contra 0,39% em junho. Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) avançou 0,58%, praticamente um terço da alta de 1,78% de um mês antes.
No IPC, a desaceleração foi generalizada, com sete das oito classes de despesa registrando taxa menor do que em junho. O principal destaque foi o grupo Habitação (0,58% para 0,48%), diante da alta de 0,20% na tarifa de eletricidade residencial, ante 1,40% no mês passado.
As passagens aéreas tiveram queda de 4,97% e levaram o grupo Educação, Leitura e Recreação a desacelerar de 0,75% para 0,27%. Na Alimentação (0,13% para 0,01%), a principal influência veio de laticínios (1,32% para 0,65%), mas tomate e batata-inglesa ficaram mais baratos e também trouxeram alívio ao índice.
Os demais grupos que desaceleraram foram Despesas Diversas (1,19% para 0,33%), Transportes (0,21% para 0,16%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,56% para 0,53%) e Comunicação (0,20% para 0,06%). Nestas classes de despesa, destacam-se os itens jogo lotérico (10,30% para 0,00%), tarifa de táxi (1,97% para 0,09%), medicamentos em geral (0,48% para 0,03%) e pacotes de telefonia fixa e internet (0,50 para -0,02%), respectivamente.
Apenas o grupo Vestuário acelerou neste mês, de 0,11% para 0,15%. A maior contribuição para este movimento partiu do item calçados, cuja taxa passou de 0,27% para 0,41%.
No custo da construção, o índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços subiu 0,39%, menos do que a taxa de junho, de 0,49%. Mas a maior contribuição veio do custo da Mão de Obra, que subiu 0,74%, contra 2,98% um mês antes.
O IGP-10 foi calculado com base nos preços coletados entre os dias 11 de junho e 10 de julho.