O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o rombo identificado no orçamento deste ano, de cerca de R$ 58,2 bilhões – para além do déficit já previsto de R$ 139 bilhões – será coberto por cortes de gastos e aumento de tributos. Ele reforçou que a meta fiscal será cumprida.
Segundo o ministro, não serão criados novos impostos, mas serão elevadas alíquotas dos que já existem, como por exemplo o PIS/Cofins, ou o governo vai eliminar as desonerações de alguns setores. “Podemos pôr fim à desoneração em alguns setores que esperávamos que aumentassem a produção, mas não aumentaram”. A declaração foi dada em entrevista ao jornal SBT Brasil na noite desta quinta-feira (23).
Meirelles também disse que está em análise no governo corrigir a tabela do Imposto de Renda para a declaração de 2018. “Está em análise e devemos anunciar nos próximos dias.”
Em relação ao recuo do governo no projeto da Previdência, o ministro afirmou que o presidente Michel Temer decidiu retirar os servidores estaduais e municipais para evitar a excessiva judicialização da matéria devido à autonomia federativa. “Essa é uma questão da Constituição. Os Estados são autônomos e responsáveis pelas suas finanças”, disse.
Ele também afirmou que a revisão das regras da aposentadoria vai facilitar o crescimento da economia. Segundo ele, as mudanças são justamente para fazer o País voltar a crescer, pois o aumento explosivo do déficit da Previdência gera incerteza, afasta investimentos e, assim, leva à recessão.
O ministro ainda voltou a comentar que o País já deve estar crescendo no começo deste ano e que, no último trimestre, a economia deve estar avançando em um ritmo anual de 3,2%.
Sobre a possível redução da meta de inflação pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), Meirelles considerou que é uma boa possibilidade, desde que não prejudique a economia, já que uma meta muito baixa poderia forçar o Banco Central a apertar a política monetária.
O ministro também comentou que a Operação Lava Jato tem impacto positivo no longo prazo, pois recupera a confiança das instituições, apesar de no curto prazo causar dificuldade às empresas. Ele ainda disse que acredita que a “lista de Janot” já está precificada pelo mercado.
Em relação à Operação Carne Fraca, Meirelles afirmou que a ação mostra que o Brasil leva a qualidade do produto a sério.