O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que a Reforma da Previdência não é uma questão de decisão, mas de necessidade em função das contas públicas brasileiras. “A questão não é se a reforma é ou boa ou ruim. A questão fundamental é se a sociedade brasileira pode pagar.”
A declaração foi dada durante a abertura do Fóruns Estadão, que trata da reforma da Previdência nesta quinta-feira, 9, na sede do Grupo Estado em São Paulo.
Meirelles ainda disse que o gasto primário do Governo Central passou de 10,8% do PIB em 1991 para cerca de 19% do PIB hoje. “É uma trajetória crescente e ininterrupta. Todos os presidentes entregaram os gastos primários em porcentual do PIB superior ao do anterior.”
Trajetória insustentável
O ministro da Fazenda afirmou que a trajetória da dívida é insustentável, como mostra o crescimento constante a cada fim de mandato dos presidentes. Segundo ele, o principal foco de gasto do governo é a Previdência.
Argumento falacioso
Meirelles disse ainda que o argumento de que há superávit na Previdência é falacioso, porque esse julgamento inclui apenas os gastos com aposentadoria, mas, segundo ele, quando se inclui os demais gastos da Previdência Social se passa a um déficit de R$ 180,5 bilhões. “Existe o argumento de que todas as receitas da Previdência menos as despesas têm resultado superavitário. O argumento é de que não existe o déficit. Existe inclusive uma CPI para isso, mas é um argumento falacioso.”