Economia

Aumento de incertezas pode ter impacto no crédito, avalia BC

O chefe-adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, explicou que a autoridade monetária recebe os dados de crédito dos bancos com uma defasagem de cinco dias e não observou mudanças significativas entre a primeira parte do mês, e a segunda metade – após o vazamento da delação de executivos da JBS.

“Não observamos mudanças significativas no volume de concessões, ou nas taxas de juros. Mas o aumento de incertezas podem ter impacto no crédito, precisamos acompanhar”, completou o representante do BC.

Spread

O chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC destacou a redução dos spreads bancários no crédito para pessoas físicas e jurídicas, em maio, no acumulado de 2017 e nos últimos 12 meses. “A queda na taxa básica de juros levou a uma queda na taxa de captação dos bancos, e os juros cobrados dos tomadores caíram até mais que isso, significando uma redução dos spreads”, afirmou. “O valor do spread agora está próximo do que era observado no começo de 2016”, acrescentou.

Inadimplência

Rocha avaliou que a inadimplência no crédito continua baixa, com tendência de leve alta para as pessoas jurídicas. “Esse comportamento está de acordo com o esperado, essa tendência de alta é modesta. E em relação ao sistema financeiro, os bancos estão suficientemente provisionados para lidar com isso”, completou.

Ainda assim, a inadimplência de 4,0% no crédito total em maio foi o maior nível da série histórica do indicador, iniciada em 2011. Considerando apenas o crédito livre, a inadimplência total de 5,9% em maio, bem como a inadimplência de 6,0% das empresas no mesmo mês, também foram recordes.

“Essas taxas são baixas, quando se considera o ciclo econômico e, mais importante que isso, encontram um sistema bancário bem provisionado e capitalizado para suportar isso”, argumentou.

Segundo ele, os recursos das contas inativas do FGTS foram utilizados para gastos correntes com consumo ou para reduzir o endividamento. “Não sabemos como esses recursos se dividiriam. Mas, na média, a taxa de inadimplência de pessoas físicas com recursos livres nos cinco primeiros anos ficou estável”, acrescentou Rocha.

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