Os juros futuros fecharam a quinta-feira, 6, entre estabilidade e leve queda, tendo se afastado das mínimas que foram renovadas em sequência ao longo da tarde. Após passarem a manhã sob pressão, houve alívio na etapa vespertina, passado o leilão de títulos prefixados do Tesouro Nacional, que tradicionalmente adiciona prêmio de risco aos juros. A ponta curta esteve mais influenciada pelas expectativas em relação ao IPCA de junho, que o IBGE divulga amanhã e que deve mostrar a primeira deflação mensal em 11 anos. Os longos, que avançavam pela manhã, passaram a cair à tarde acompanhando a perda de força de alta do dólar ante o real, a despeito do clima de cautela no exterior.
Ao final da sessão regular, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2018 (237.165 contratos) fechou em 8,80%, de 8,81% no ajuste de ontem; a do DI janeiro de 2019 (239.915 contratos) caiu de 8,76% para 8,74%; e a do DI janeiro de 2021 (228.100 contratos) fechou em 9,96%, de 9,98% no ajuste de ontem. A taxa do DI para janeiro de 2023 (79.625 contratos) caiu de 10,50% para 10,47%.
“O dólar, que chegou de manhã a bater em R$ 3,32, perdeu força à tarde e isso trouxe alívio para as taxas”, afirmou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno. Também a expectativa com relação ao IPCA amanhã estimula o fluxo vendedor nas taxas. Pesquisa realizada pelo Projeções Broadcast aponta expectativas de queda para o índice, entre 0,29% e 0,07%, com mediana negativa em 0,18%.
O ambiente político segue cercado de dúvida e desfavorável para o governo, em meio a especulações em torno de acordo de delação premiada por parte do ex-deputado Eduardo Cunha e do operador de propinas Lúcio Bolonha Funaro, que elevaria a chances de aceitação da denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara. Se isso resultar na saída do Temer e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assumir o País, o mercado não vê esse cenário como de todo ruim. “Temer está perdendo força e as chances de ser destituído aumentaram, mas, na cabeça do mercado, se Maia assumir, a equipe econômica será a mesma e, ainda, a chance de as reformas andarem cresce. Mas o ambiente ainda é de muita incerteza”, afirmou Rostagno.