Economia

BNDES tem lucro líquido de R$ 6,18 bi em 2017, 3,2% menor que em 2016

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou em 2017 lucro líquido de R$ 6,18 bilhões, queda de 3,2% em relação ao lucro registrado no ano anterior, de R$ 6,39 bilhões.

Segundo o BNDES, o resultado foi fortemente influenciado pela valorização das participações societárias, uma alta de 249,5% no ano passado, equivalente a R$ 8,56 bilhões. “A melhora foi proporcionada, principalmente, pelo crescimento de R$ 2,78 bilhões (210,15%) do resultado com alienações, e pela queda de R$ 4,69 bilhões (88,2%) da despesa com perdas em investimentos”, explicou o banco em nota.

O BNDES informou que no ano passado a despesa com provisão de risco de crédito caiu 26,8%, ou menos R$ 2,45 bilhões. “Em 2016, visando a cobertura de riscos adicionais com incertezas do cenário econômico, foi necessária a constituição de provisão complementar no valor de R$ 1,396 bilhão, situação que não se repetiu em 2017”, informou o BNDES.

O produto da intermediação financeira, por outro lado, alcançou R$ 14,97 bilhões em 2017, sendo a queda de 42,1% em relação a 2016 decorrente da redução da rentabilidade média da carteira de títulos e valores mobiliários e da redução do resultado com operações de crédito e repasses, em virtude da manutenção do cenário de retração da demanda por crédito para investimentos na economia.

O ativo do Sistema BNDES totalizou R$ 867,52 bilhões em 31 de dezembro, uma queda de R$ 8,620 bilhões (1,0%) em relação a 2016. Também a carteira de crédito do banco e repasses registrou queda em relação a 2016, de 10,3%.

“A boa qualidade da carteira foi mantida, concentrando 95,8% das operações entre os níveis AA e C, considerados de baixo risco. O porcentual é superior à média do Sistema Financeiro Nacional (SFN), de 89,8% em 30 de setembro de 2017 (última data disponível)”, ressaltou o banco.

A inadimplência, por sua vez, recuou. Em dezembro de 2017, a inadimplência superior a 30 dias foi de 2,12%, frente a 2,81% em dezembro de 2016. No caso da inadimplência superior a 90 dias, o BNDES saiu de 2,43% em dezembro de 2016 para 2,08% em dezembro de 2017, mantendo-se abaixo da média dos bancos que compõem o SFN (3,25% em dezembro de 2017). O índice de renegociação, que compreende as operações de crédito renegociadas nos últimos 12 meses, também caiu: de 6,34% para 3,62%.

A carteira de participações societárias atingiu R$ 81,672 bilhões em dezembro de 2017, crescimento de R$ 3,425 bilhões (4,4%) no ano, decorrente principalmente da valorização de R$ 9,118 bilhões da carteira de participações em sociedades não coligadas, especialmente dos investimentos na Vale e Petrobras.

No último dia de 2017, o Tesouro Nacional e o FAT/PIS-Pasep representavam 48% e 32%, respectivamente, das fontes de recursos do BNDES.

A dívida com o Tesouro foi reduzida 5,4% (R$ 23,78 bilhões), em função do pagamento antecipado de R$ 50 bilhões. Também em 2017 foram liquidados antecipadamente R$ 9,29 bilhões de recursos do Fundo PIS/PASEP, em cumprimento à Medida Provisória nº 797/17. Por outro lado, foram captados R$ 16,33 bilhões junto ao FAT em 2017, 4,8% mais que em 2016. O total dos recursos captados é de fonte constitucional.

No mercado externo, foram captados R$ 3,18 bilhões (US$ 1 bilhão) com a emissão de green bonds – a primeira emissão de um banco nesse mercado – e R$ 2,03 bilhões junto a instituições multilaterais.

O Patrimônio Líquido do BNDES totalizou R$ 62,84 bilhões ao final do exercício de 2017. O crescimento de R$ 7,66 bilhões, ou 13,9%, em relação a 2016 reflete os efeitos da valorização da carteira de ações, que alcançou R$ 5,07 bilhões líquida de tributos, e o lucro líquido (de R$ 6,18 bilhões).

“Esses efeitos foram parcialmente atenuados pelo pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio complementares, relativos ao lucro líquido de 2016 (R$ 2,12 bilhões) e pelo provisionamento dos dividendos mínimos obrigatórios relativos ao lucro líquido de 2017 (R$ 1,47 bilhão)”, explicou o banco.

O Patrimônio de Referência, base para o cálculo dos limites prudenciais estabelecidos pelo Banco Central, foi de R$ 146,368 bilhões em 31 de dezembro de 2017. “Os limites prudenciais do BNDES se mantiveram acima dos requerimentos mínimos exigidos pelo BACEN, apresentando, ainda, melhora diante de 2016”, diz o banco.

O índice de Basileia passou de 21,7% em 2016 para 27,5% em 31 de dezembro de 2017, acima dos 10,5% exigidos pelo Banco Central, devido à redução dos ativos ponderados pelo risco e ao crescimento do patrimônio líquido.

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