O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Jorge, disse nesta quarta-feira, 2, que o governo federal não acredita que o Estados Unidos irão sobretaxar o aço e o alumínio enquanto não houver a publicação de atos relativos a essa medida por parte do governo norte-americano. Para o ministro, ficou entendido que a suspensão da sobretaxa será prorrogada por mais dias.
“A primeira suspensão de 30 dias está expirando e estamos esperando que eles possam fazer uma prorrogação até que eles façam publicação definitiva da decisão norte-americana. Até que isso ocorra, o que nós temos entendido é que não haverá sobretaxação”, afirmou Marcos Jorge.
O ministro disse que o governo está conversando com a iniciativa privada para determinar qual deve ser a postura do governo brasileiro diante das medidas adotadas pelos Estados Unidos, mas afirmou que a ideia é garantir que a sobretaxa não diminua o volume de exportações feitas para os norte-americanos.
“Estamos dialogando com o setor privado, mas o que é muito sensível para nós é reduzir o fluxo das nossas exportações. Nós estamos pedindo que os EUA mantenham o volume das nossas exportações para o comércio americano”, afirmou o ministro. “Nós exportamos no ano passado principalmente produtos semiacabados, que são 80% da nossa exportação para o comércio americano”, defendeu.
Ele evitou responder se o governo irá aceitar a aplicação de cotas contra o aço e o alumínio brasileiros. “Agora nós estaremos aguardando a publicação para, a partir da decisão unilateral dos EUA, é bom deixar isso muito claro, nós decidirmos qual encaminhamento vamos adotar”, repetiu.
Mais cedo, o governo divulgou nota no qual afirma que as autoridades norte-americanas decidiram interromper o processo de negociação que vinha ocorrendo entre os dois países e resolveram aplicar, imediatamente em relação ao Brasil, as sobretaxas que estavam temporariamente suspensas ou, de forma alternativa e sem possibilidade de negociação adicional, cotas restritivas unilaterais.
Em março, os Estados Unidos anunciaram que iriam aplicar uma sobretaxa de 25% sobre as importações de aço e de 10% sobre o alumínio. Desde então, o Brasil vinha tentando um acordo com o governo norte-americano para evitar as sobretaxas aos produtos do País. O principal argumento era de que 80% do aço exportado para os EUA é semiacabado, ou seja, insumo para a indústria local. Com o fim das negociações, restaram ao País apenas duas opções: sobretaxa ou cota.
“Diante da decisão anunciada pelos EUA, os representantes do setor de alumínio indicaram que a alternativa menos prejudicial a seus interesses seria suportar as sobretaxas de 10% inicialmente previstas. Já os representantes do setor do aço indicaram que a imposição de quotas seria menos restritiva em relação à tarifa de 25%”, informa a nota.