Aguardando a formalização de sua saída do cargo, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, fez nesta quarta-feira, 30, pela manhã um discurso em defesa da transparência e coerência na condução de políticas públicas. Num evento para empresários do setor farmacêutico, ele apresentou resultados sobre as mudanças nas políticas de parcerias de desenvolvimento produtivo (PDP) – formato de acordo que se tornou conhecido em todo o País depois do escândalo envolvendo o laboratório Labogen, durante a Operação Lava Jato.
Chioro afirmou ter ficado satisfeito com a condução do processo para reformular as regras dessas parcerias. “Podemos ficar com a coluna ereta e o coração tranquilo”, disse.
Embora já tenha sido notificado pela presidente Dilma Rousseff de que vai deixar o cargo, para ceder espaço ao PMDB, Chioro fez questão de manter a agenda de hoje. Ele considera uma vitória o resultado obtido com a reforma nas regras das PDPs, que, de acordo com ele, haviam ficado “amaldiçoadas” depois da Operação Lava Jato, e queria deixar seu recado. Algo que ele já tinha feito semana passada, ao se encontrar com secretários municipais e estaduais de Saúde.
Durante a cerimônia desta quarta-feira, Chioro fez duas referências a sua saída. Ao falar sobre a necessidade de se fazer o monitoramento dos contratos, afirmou: “A vida tem seus riscos – e eu é o que digo para vocês”, arrancando risos do auditório.
Mais tarde, ao encerrar o discurso, falou sobre política. Ao enfatizar a transparência e coerência na adoção de políticas públicas, finalizou: “Não vejo outro caminho, a não ser o abandono da política (ação, projeto) ou o seu uso que saia do campo da transparência e da coerência.”