O Brasil vai apresentar à Conferência das Partes sobre o Clima (COP 20), na próxima semana, em Lima, uma proposta para que países em desenvolvimento também assumam metas de mitigação da emissão de gases do efeito estufa e de adaptação às consequências do aquecimento. As metas, no entanto, seriam autoimpostas e sim determinadas de acordo com o que cada país acha possível fazer.
A alternativa brasileira pretende ser a solução para o impasse que, até agora, tem dificultado as negociações para um acordo que substitua o Protocolo de Kioto a partir de 2020. Desde 2009, quando a COP 15, em Copenhague, terminou sem acordo, os países ricos tentam fazer com que os em desenvolvimento – em especial os emergentes – assumam também responsabilidade nas metas.
A proposta brasileira é um meio termo. As metas não seriam comuns, mas os emergentes adotariam uma postura semelhante ao que o Brasil fez em Copenhague: proporiam suas metas e essas se tornariam obrigatórias. Já as metas dos países ricos seriam de reduções em termos absolutos, além de ajudarem a financiar a adaptação dos países mais pobres.
“Justiça também é algo que os países querem ver”, disse o subsecretário de Meio Ambiente e Energia do Itamaraty, José Antônio Marcondes de Carvalho, lembrando que o atual estoque de gases começou a ser formado na Revolução Industrial. Marcondes acredita que agora o caminho está melhor. “Copenhague foi uma lição aprendida. Não se espera e não se quer repetir aquele final.”