Aliados da presidente afastada Dilma Rousseff avaliam que ela fez um discurso contundente e está indo bem ao responder às perguntas dos senadores, mas não demonstram o mesmo otimismo quando questionados se vão conseguir reverter votos e barrar o impeachment.
Reservadamente, um senador petista afirmou que esse momento é importante para o registro histórico, mas dificilmente mudaria o placar da votação final.
Outros parlamentares evitaram fazer avaliações. “Eu aprendi na vida que decisão judicial e apuração você só tem certeza no momento. Eu sou daqueles que acredita sempre na democracia e espero que o Senado não venha enterrá-la”, disse o senador José Pimentel (PT-CE).
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) afirmou que a fala de Dilma foi direcionada aos senadores indecisos, para convencê-los a votar contra o impeachment. “Ela dirigiu o seu pronunciamento a esses senadores, com quem já vem conversando”, disse.
Já a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) afirmou que não seria o pronunciamento da presidente que iria mudar os votos, mas sim as articulações que foram feitas nas últimas semanas que poderiam reverter votos.
Dilma precisa de 28 votos para barrar o impeachment e voltar ao poder. Na última votação, que a tornou ré no processo, ela obteve apenas 21. Aliados do presidente em exercício, Michel Temer, calculam que cerca de 60 dos 81 senadores vão votar pelo afastamento definitivo da petista.