A presidente afastada da República, Dilma Rousseff, afirmou que decidiu apoiar a convocação de um plebiscito sobre novas eleições e também sobre reforma política se voltar ao poder. Ela considera a atual situação do Brasil muito delicada. Segundo a petista, essa é a única forma de reconquistar a governabilidade do País. “A base da governabilidade é política, e eu acho que a população tem de participar.”
Mesmo assim, ela disse que não é possível que se continue criando partidos em vista do tempo de televisão e do fundo partidário. “Eu duvido que os 35 partidos do Brasil sejam programáticos”, comentou em resposta a questionamento do senador Acir Gurgacz (PDR-RO).
Em breve pronunciamento, Acir Gurcacz, 21º senador inscrito para falar, perguntou à presidente afastada como ela pretende recompor a governabilidade caso seja absolvida pelos senadores no julgamento do processo de impeachment.
Dilma afirmou que, no governo de Fernando Henrique Cardoso, a maioria simples no Congresso se obtinha com três partidos, enquanto a maioria composta era formada por quatro partidos. No seu governo, essa relação passou para 14 e 20 partidos, respectivamente. “Isso traz um problema sério, um processo de fragmentação partidária que é responsável pela forte crise política, que afeta a governabilidade”.
A presidente respondeu a críticas de que faltou diálogo ao seu governo. “Como conseguir dialogar de forma sistemática com 20 partidos? E olhe lá, porque dependendo há fragmentação dentro dos partidos, com segmentação regional ou por vários outros critérios”.
Segundo Dilma, é quase incompreensível para muitos países do mundo entender como o nosso sistema político funciona. “A governabilidade vai passar por uma repactuação ou haverá instabilidade sistemática”, alertou.