O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), só será notificado na próxima segunda-feira, 7, do prosseguimento do processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética. A partir da notificação será contado o prazo de 10 dias úteis para apresentação de sua defesa.
Hoje foi feita uma tentativa de notificação, mas o servidor da Câmara foi informado de que o peemedebista estava em reunião e que não poderia receber o documento. Como amanhã, 04, Cunha estará fora de Brasília, a notificação foi remarcada.
Essa foi a primeira das três tentativas feitas pelo colegiado para informá-lo do andamento do processo disciplinar. Caso não receba a notificação, Cunha será informado via Diário Oficial.
Mudança no relatório
Após meses de idas e vindas, o colegiado conseguiu aprovar na madrugada de quarta-feira, 2, o relatório do deputado Marcos Rogério (PDT-RO) que pedia a continuidade da ação. A aprovação só foi possível após alteração no parecer de Rogério. A pedido do deputado Paulo Azi (DEM-BA), que poderia mudar sua posição e votar a favor de Cunha, o relator aceitou retirar o trecho do relatório que citava a possibilidade de perda de mandato por recebimento de vantagens indevidas e manteve apenas a menção à omissão de informações relevantes aos parlamentares da CPI da Petrobras quando o peemedebista negou que tivesse contas no exterior.
No entendimento dos aliados de Cunha, a mudança abre espaço futuramente para uma punição mais branda ao peemedebista. Já a ala contrária a Cunha diz que, ao se tornar réu na Lava Jato, o presidente da Câmara corre o risco efetivo de enfrentar um processo de cassação no plenário.