Economia

CNC estima queda real de 6,5% na receita de serviços em abril

A elevação de 1,7% na receita nominal de serviços em abril sinaliza que os ganhos do setor voltaram a se alinhar a resultados mais fracos registrados em janeiro e fevereiro, reforçando a percepção de que a alta nominal de 6,1% em março foi um ponto fora da curva. A avaliação é do economista-sênior da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fábio Bentes ao comentar os resultados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), publicada nesta quinta-feira, 18, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O especialista calcula que, descontada a inflação do setor, de 8,2% no período, a receita de serviços caiu 6,5% no quarto mês deste ano. Segundo ele, em janeiro e fevereiro, o faturamento do setor terciário caiu 7,0% e 7,7% em termos reais, respectivamente, enquanto no terceiro mês do ano, a retração foi de apenas 1,9%.

Apesar de o resultado ser fraco, não é uma surpresa, afirma Bentes. “O resultado de abril não chega a ser antecedente porque o mercado de trabalho sinalizava essa desaceleração”, disse. O especialista fez um levantamento nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e concluiu que, na comparação de abril de 2015 com abril de 2014, o emprego no setor apresentou a menor taxa de crescimento em oito anos. “A quantidade de pessoas ocupadas nos serviços pesquisados pela PMS – que excluem serviços financeiros, de saúde e educação – avançou apenas 0,9%, a menor expansão desde 2007”, pontuou.

O especialista ressalta também a desaceleração da receita nominal dos serviços prestados às famílias, que recuou de uma alta de 6,8% em fevereiro para elevação de 1,2% em abril, na comparação com meses imediatamente anteriores. A expectativa do economista-sênior para 2015 é de queda real na receita do setor de serviços como um todo entre 3,5% e 4,0%. “Para este ano, pode-se esperar com toda a segurança que até os componentes da PMS que vinham impulsionando o setor estão perdendo força”, disse Bentes. Segundo ele, este movimento reforça a projeção de queda real do faturamento.

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