A utilização da capacidade instalada na indústria brasileira apresentou uma ligeira melhora em março ao atingir 67%, ante 66% em fevereiro. Contudo, segundo a Sondagem Industrial divulgada nesta quarta-feira, 29, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o desempenho do mês passado é o menor da série histórica para março desde 2011.
A pesquisa mostrou melhora na atividade produtiva, que atingiu 48,2 pontos em março, contra 40,1 pontos em fevereiro. Mas o indicador segue abaixo dos 50 pontos, nível limite para indicar melhora na atividade industrial.
De acordo com a CNI, isto ocorreu em razão da manutenção no excesso de estoques pelas empresas no mês passado. O nível de estoques apresentou uma ligeira queda em março, com 50,7 pontos ante 51,4 pontos no mês anterior. Na média geral das empresas, o nível de estoque efetivo-planejado ficou em 52,1 pontos em março, contra 51,8 pontos em fevereiro. Entre as grandes empresas, o nível de estoque efetivo-planejado subiu de 53,1 pontos, em fevereiro, em 55,9 pontos, em março.
A desaceleração da atividade produtiva atingiu também o nível de emprego na indústria, que atingiu 43,6 pontos em março ante 44,7 em fevereiro. “É o menor índice (de março) da série mensal iniciada em janeiro de 2010. Ou seja, a intensidade da queda do emprego na passagem de fevereiro para março de 2015 foi a maior da série histórica”, registrou na pesquisa a CNI.
Perspectivas
O quadro negativo contribuiu para a indústria reduzir a perspectiva de investimento para abril (46,5 pontos) em relação à projeção de março (47,2 pontos). De 27 setores industriais consultados, 15 demonstraram menor intenção de investir. “A linha continua abaixando (dos 50 pontos). A indústria continua sentindo os efeitos dos custos em elevação e queda na demanda”, avaliou o economista da CNI Marcelo Azevedo.
Segundo o levantamento, as empresas de grande porte demonstraram maior intenção de investir em abril (55,2 pontos) do que no mês passado (54,7 pontos). Se disseram menos dispostas a investir as médias empresas (40,2 pontos em abril contra 42,4 pontos em março) e as pequenas (35,7 pontos e 37,3 pontos, respectivamente).
A expectativa de retração no número para abril é de 42,6 pontos, contra 43,4 pontos em março.