O avanço do dólar ante várias divisas no exterior abriu espaço para a alta do dólar ante o real nesta sexta-feira, 12. O movimento foi influenciado por dados positivos sobre a economia americana, que elevaram as apostas de aumento de juros nos EUA, e pelas persistentes preocupações com o futuro da Grécia na zona do euro.
O dólar à vista de balcão fechou em alta de 0,32%, aos R$ 3,1150. Na mínima do dia, às 9h15, a moeda chegou oscilar no território negativo, a R$ 3,0930 (-0,39%). Mas depois disso a tendência de alta se sobrepôs e o dólar foi até a máxima de R$ 3,1260 (+0,68%) às 11h28. Da mínima para essa máxima, a oscilação foi de +1,07%. Perto das 16h30, o dólar para julho – o mais líquido e que fecha apenas às 18 horas – tinha ganhos de 0,84%, aos R$ 3,1365. Na semana, o dólar recuou 1,11% e, no acumulado do mês, caiu 2,20%.
Pela manhã, alguns números divulgados nos EUA reforçaram as apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode subir juros nos próximos meses, talvez já em setembro. O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla e inglês) subiu 0,5% em maio ante abril, pouco acima da previsão de +0,4%. Após esse número, o dólar se fortaleceu no exterior e passou a registrar ganhos ante o real no Brasil.
Depois, foi a vez de a Universidade de Michigan informar que seu índice de sentimento do consumidor subiu 94,6 em junho, acima da previsão de 91,5, o que fortaleceu ainda mais a busca por dólares.
Ao mesmo tempo, a decisão do Fundo Monetário Internacional (FMI) em deixar as negociações com a Grécia, diante da incapacidade dos envolvidos em fazer avanços, pesou sobre o euro mais cedo e contribuiu para o avanço do dólar ante outras divisas. À tarde, o euro passou a sustentar ganhos, mas a moeda americana seguiu em firme alta ante divisas de países emergentes ou ligados a commodities.
Profissionais ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, disseram que, apesar do viés de alta para o dólar ante o real, a moeda novamente mostrou não ter tanto fôlego para alcançar patamares mais altos. Tudo porque, com a Selic elevada, permanece uma expectativa de fluxo positivo de capitais para o Brasil.
Perto das 16h30, o giro do dólar à vista era de US$ 1,043 bilhão (US$ 1,005 bilhão em D+2) no Brasil, conforme a clearing de câmbio da BM&FBovespa, sendo que profissionais também citaram certo movimento de compra de dólares por importadores pela manhã, o que contribuiu para um dólar mais elevado.