Noticia-geral

Cooperados da Coaf herdam dívida de R$ 3 milhões

Na próxima quarta-feira, uma assembleia vai decidir o futuro da Coaf. A cooperativa deve R$ 3 milhões e tem menos de R$ 100 mil para receber. Os 29 funcionários voltaram de férias um dia após as prisões e não têm o que fazer. No Barracão do Produtor, onde são recebidos e embalados os produtos, as máquinas estão paradas. “Há uma semana não recebemos produção nenhuma. A gente tem família e vamos pagar por algo que não fizemos”, queixou-se o conferente Leandro Vechiatto, de 30 anos.

A prefeitura de Bebedouro não tem plano para salvar a Coaf. De acordo com o diretor de Desenvolvimento Econômico, Lucas Seren, o agronegócio vive um bom momento na região e pode absorver a mão de obra que venha a ser dispensada.

Na cidade de 76 mil habitantes, a Alba Branca, que no dia 19 de janeiro prendeu sete dirigentes e vendedores da Coaf, monopoliza a atenção dos moradores. Trechos de supostos depoimentos dos envolvidos fervilham nas redes sociais.

O 1º Distrito Policial centraliza as investigações da força-tarefa, composta por um promotor público, um delegado e dois investigadores da Polícia Civil em tempo integral, além de dois delegados e dois investigadores em meio expediente.

Há grande expectativa com o que ainda vai surgir das investigações, já que grande parte do material apreendido ainda está sendo analisada. “Espero que eles cheguem também nos políticos, naqueles que embolsaram a propina”, disse o comerciante Paulo Nogueira.

Cassio Chebabi foi procurado em sua casa, no spa da família e no escritório de advocacia dos familiares. Em todos os locais, a informação era de que ele estava viajando. Nenhum dos familiares quis se manifestar.

O advogado de Chebabi, Ralph Stettinger Filho, disse que seu cliente está apreensivo com a repercussão do caso. Ele disse que a Justiça determinou sigilo nas investigações e por isso não podia dar mais detalhes do caso. “A Coaf não tinha interesse em pagar propina. Sempre que se negociava com as prefeituras, era mais benéfico não ter que pagar.”

Quando foi detido pela Polícia Civil, Chebabi apontou aos investigadores da Operação Alba Branca os nomes do presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Fernando Capez (PSDB), e do secretário estadual de Logística e de Transportes, Duarte Nogueira, como supostos beneficiários de uma propina de 10% sobre contratos da Secretaria de Estado da Educação no governo Geraldo Alckmin (PSDB).

Nogueira e Capez negam qualquer envolvimento com o esquema investigado pela Alba Branca. A Procuradoria-Geral de Justiça requereu na sexta-feira ao Tribunal de Justiça a quebra do sigilo bancário de Capez e encaminhou para o Supremo Tribunal Federal a parte da operação que cita os deputados federais Baleia Rossi (PMDB) e Nelson Marquezelli (PTB), e também de Duarte Nogueira, que está licenciado do mandato. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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