Economia

PMI de Serviços do Brasil recua para 43,5 em dezembro, diz Markit

O índice de atividade dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços no Brasil caiu a 43,5 pontos em dezembro, de 45,5 pontos em novembro, o nível mais alto em oito meses na série com ajuste sazonal, informou nesta quarta-feira, 6, a Markit. Com isso, o índice composto, que leva em conta também o PMI industrial, recuou para 43,9 pontos, de 44,5 pontos no décimo primeiro mês do ano. A queda do PMI Composto foi determinada pelo resultado de Serviços, uma vez que o PMI Industrial avançou para 45,6 em dezembro.

O indicador, calculado pela consultoria internacional Markit, segue uma escala de zero a 100 pontos, sendo que graduações iguais ou maiores que 50 pontos são lidas como expansões e leituras abaixo desse valor são consideradas quedas.

Sobre o setor de serviços, a Markit afirma que todos os seis subsetores monitorados apresentaram decréscimo no ritmo de atividade no último mês do ano, “tendência observada ao longo dos últimos oito meses”. As retrações mais acentuadas se deram em “outros serviços”, aluguel e negócios e postagem e telecomunicações, segundo a consultoria. Também foi verificado recuo de novos trabalhos, que acentuou a queda “para uma das mais intensas na série histórica”, em decorrência da falta de confiança dos clientes em firmar novos contratos em meio ao aprofundamento da crise econômica.

“A economia do Brasil permaneceu em queda livre no último mês de 2015, influenciada por um recuo na atividade de serviços. Também uma preocupação, o mercado de trabalho continuou em deterioração, à medida que as companhias operam no que é considerado o pior momento econômico desde a grande depressão”, afirma o relatório assinado pela economista da Markit Pollyanna De Lima.

Os cortes de empregados foram os maiores já registrados pela Markit na elaboração do PMI no Brasil e refletem uma contínua queda em novos negócios e iniciativas para cortar custos, pressionados pelos juros altos e pela depreciação do real, destaca o texto. “Os custos de inflação aceleraram no final do ano e ficaram entre os maiores da série histórica”, anota Pollyanana, destacando que parte dos custos foi repassada aos clientes dos prestadores de serviços, com a inflação do segmento seguindo “firme e acima do nível da série histórica”.

A confiança do setor de serviços caiu em novembro, mas as empresas do setor ainda esperam expansão no volume de produção em 2016, de acordo com a consultoria internacional. “Mas o sentimento positivo foi o mais baixo em três meses, e ficou bem abaixo da tendência para as séries”, pondera o relatório. O corte no emprego no setor de serviços foi determinado pela retração no volume de novos negócios e pela contenção de gastos dos prestadores de serviços.

Do lado positivo, a confiança do setor avançou na passagem de novembro para dezembro, de acordo com a Markit, com quase 27% dos entrevistados esperando expansão da atividade em 2016. “Os resultados mostram esperança de uma recuperação econômica como principal motivo de sustentação do otimismo no setor”, afirma Pollyanna.

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