Economia

Setor da construção espera do Conselhão consenso sobre reformas estruturantes

O setor da construção espera que o governo use o Conselhão como instância para buscar consenso sobre reformas estruturantes em vez de palco para anúncio de mais incremento de crédito.
“Não basta só liberar R$ 50 bilhões. Esse é o momento adequado para fazer as grandes reformas que o Brasil precisa”, diz José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). Pela segunda vez, ele faz parte do conselho, que reúne os maiores empresários brasileiros.

Martins diz que a equipe econômica deve buscar outras saídas para enfrentar a crise e evitar o mesmo modelo usado na primeira gestão da presidente Dilma Rousseff, com enfoque no crédito para o consumo. “Esse tipo de anúncio de mais dinheiro para empréstimos e financiamentos convence a quem?”, questiona. “À maior parte do público que está lá, não.”

Ele espera que os ministros de Dilma apresentem ao empresariado as linhas gerais de reformas como a da Previdência e ações concretas para enxugar o controle dos gastos públicos diante da frustração de arrecadação. “Nesse momento de crise, as pessoas estão mais propensas a ceder nessas questões sensíveis”, afirmou.

O presidente da Cbic também aposta nas Parcerias Público-Privadas (PPP) das prefeituras como alternativa às grandes obras no intuito de retomar os investimentos, já que o momento não é propício – por causa dos desdobramentos políticos e da recessão econômica – para retomar as concessões dos grandes projetos. São obras de saneamento, iluminação pública, construção de escolas, entre outras, que precisam de “amparo técnico” do governo federal para que possam ser deslanchadas, sem aumento de custos para o Tesouro Nacional. Para ele, a equipe econômica poderia “tutelar” 50 das mais de 400 PPPs em andamento para que elas realmente saiam do papel.

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