A Petrobras admite que os seus preços estão defasados em comparação com o mercado internacional. Por isso, a empresa avalia reajustar os valores dos seus derivados de petróleo, informou o presidente da empresa, Joaquim Silva e Luna. Ele não detalhou, no entanto, de quanto é a defasagem e a qual produto se referia.
"O patamar elevado do Brent (petróleo negociado na Europa) nos indica necessidade de fazer algum movimento (de preço)", disse o general, em coletiva de imprensa. "A gente está olhando com carinho a possibilidade de reajuste de preço dos combustíveis. Pontualmente, os preços de alguns derivados estão defasados", acrescentou o diretor de Comercialização e Logística, Claudio Mastella.
Segundo o executivo, não é possível prever se o preço do litro da gasolina vai permanecer acima dos R$ 7, como acontece em alguns mercados, atualmente. Isso porque os valores cobrados pela empresa seguem as variações do mercado internacional e do câmbio.
"O que existe de estrutural hoje e acontece todos os anos é o crescimento sazonal do óleo diesel no hemisfério norte e isso faz com que o preço da commodity suba", afirmou Mastella.
Durante a coletiva, Silva e Luna disse ainda que não cabe à Petrobras subsidiar o preço do GLP, o gás de cozinha, e que esse seria um "tema de governo", embora a empresa participe do debate sobre possíveis soluções para o problema.
O botijão de 13 kg, largamente consumido pela população de baixa renda, chega a custar mais de R$ 100 em algumas cidades.
Segundo o presidente da estatal, a contribuição social e econômica da empresa vem de seus programas internos, da geração de emprego e da distribuição de royalties e dividendos.
Ele argumentou ainda que a Petrobras é uma empresa de economia mista, ou seja, apesar do controle estatal, possui ações em bolsa. "Temos olhos acompanhando todas as nossas ações. Isso dá um conforto para o nosso trabalho e para a sociedade", disse.