Uma forte onda de calor tem castigado os países do sul da Europa com incêndios florestais e elevado as temperaturas, que atingem recorde em vários países. Na Grécia, 20 pessoas morreram em três dias vítimas das chamas – 18 corpos carbonizados foram encontrados em Alexandroupolis, perto da fronteira com a Turquia.
A onda de calor vem aumentando as temperaturas nos Alpes, pulverizando as geleiras e mudando a paisagem da região. A altitude em que a temperatura cai a zero subiu para 5.298 metros, batendo o recorde anterior de 5.184 metros, de julho de 2022, segundo a Meteo Suisse.
Na prática, isso significa que todos os picos glaciais dos Alpes estão abaixo do nível de congelamento, segundo o pesquisador e meteorologista do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália, Claudio Tei.
<b>Redução</b>
Entre as paisagens mais afetadas estão o Glaciar de Aletsch, na Suíça, o maior da Europa, com pouco mais de 4 mil metros, e o Mont Blanc, na fronteira franco-italiana, o pico mais alto do continente, com pouco mais de 4,8 mil metros.
Especialistas de Áustria, França e Itália, entrevistados pela Reuters, confirmaram que as geleiras estavam sofrendo perdas recordes. Em julho, as temperaturas chegaram a 30ºC nas montanhas – 7ºC acima da média histórica.
Longe dos Alpes, a onda de calor tem sido mortal. Na Grécia, centenas de bombeiros lutam contra incêndios florestais impulsionados pelo tempo seco e ventos fortes. Os 18 corpos encontrados ontem, segundo os bombeiros, eram provavelmente de imigrantes. Uma equipe de especialistas foi acionada para identificar as vítimas.
Alexandroupolis fica ao longo da rota frequentemente percorrida por pessoas que fogem da pobreza e dos conflitos no Oriente Médio e buscam entrar na União Europeia. Nos arredores, em cidades como Avantas, autoridades decidiram ordenar a retirada da população, com alertas em grego e em inglês enviados para todos os telefones celulares na região.
O incêndio florestal mais letal da história recente da Grécia matou 104 pessoas, em 2018, em um resort à beira-mar perto de Atenas, quando moradores e hóspedes não foram avisados de que deveriam sair. Desde então, autoridades gregas são extremamente cautelosas, emitindo ordens rápidas de retirada em massa sempre que áreas habitadas são ameaçadas pelo fogo.
<b>Espanha</b>
Outro grande incêndio está queimando Tenerife, nas Ilhas Canárias, há uma semana – embora nenhum ferido ou dano a casas tenha sido relatado. Estima-se que as chamas, que atingiram 150 quilômetros quadrados, já tenham queimado mais de um terço das florestas de Tenerife.
Autoridades da União Europeia culparam as mudanças climáticas pelo aumento da frequência e da intensidade dos incêndios florestais na Europa, observando que 2022 foi o segundo pior ano registrado em prejuízos, atrás apenas de 2017. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>