A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o Brasil "não vai ser furtar à discussão sobre o declínio da exploração de petróleo, produção e uso de combustíveis fósseis." O tema deverá ser tratado na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que ocorrerá em Dubai entre 30 de novembro e 12 de dezembro, e da qual a ministra vai participar.
"O Brasil, com certeza, não se furta ao debate sobre fazer o declínio na exploração de petróleo, mas obviamente é um debate global", disse a ministra. "Agora, o debate que vai ser colocado na COP para todos os países que exploram petróleo é quando esse teto será alcançado e quando começa a haver o declínio. Esse é um debate que não teremos como fugir dele", afirmou Marina Silva em coletiva de imprensa logo depois de participar do Encontro da Sociedade Civil sobre o Plano de Transformação Ecológica, em São Paulo.
Na mesma entrevista à imprensa, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pontuou que o Brasil tem uma matriz energética muito limpa. "A matriz energética no Brasil é 50% de renováveis. No mundo, em média é 15%", disse Haddad. "O que estou fazendo junto com a Marina, com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, com o presidente Lula é <i>startar</i> um processo irreversível, porque até o ano passado nada do que falávamos estava na mesa de discussão. E a agenda está andando", disse. Ele afirmou que o Plano de Transformação Ecológica está em aberto e em discussão.
Sobre as críticas de organizações da sociedade civil ao leilão para exploração de petróleo da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em novas áreas no dia 13 de dezembro, a ministra do Meio Ambiente pontuou que a decisão de explorar ou não petróleo não é tomada pelo ministério. "O ministério ou o Ibama não decidem se o País vai explorar ou não petróleo. É uma decisão do Conselho Nacional de Política Energética", afirmou Marina.