Nos últimos anos, a inteligência artificial (IA) vem desempenhando um papel cada vez mais importante em sistemas automatizados e processos de tomada de decisão. No entanto, essa crescente influência da IA tem trazido à tona uma questão fundamental: como ela afeta a percepção que os humanos têm sobre sua própria capacidade de tomar decisões e agir de forma independente?
Estudos mostram que, muitas vezes, as pessoas se sentem menos motivadas a intervir ou assumir o controle quando a IA está operando. Mesmo quando dizem que aceitam a responsabilidade de dirigir um carro autônomo, por exemplo, elas não se sentem tão dispostas a retomar o controle do veículo se algo der errado.
Isso é preocupante, pois indica que a confiança depositada na IA pode fazer as pessoas se sentirem menos responsáveis pelas consequências de suas ações.
Normalmente, a responsabilidade em relação à IA é vista apenas de dois ângulos: a responsabilidade legal, quando indivíduos ou empresas são responsabilizados por danos, e a responsabilidade moral, quando as pessoas são punidas por seus atos.
No entanto, o que realmente importa aqui é o terceiro, o “senso de responsabilidade”. Essa noção envolve pensar criticamente sobre o propósito e as possíveis consequências de nossas ações, não apenas para nós mesmos, mas também para os outros.
À medida que a IA se torna cada vez mais onipresente em nosso cotidiano, é crucial que prestemos atenção a como ela afeta essa capacidade de tomar decisões e agir de forma independente. Caso contrário, corremos o risco de criar uma sociedade em que os usuários se sentem cada vez menos responsáveis pelas consequências de suas ações, com potenciais implicações negativas para a ética e a segurança.
É necessário que as empresas e os formuladores de políticas públicas se debrucem sobre essa questão e desenvolvam estratégias para garantir que a adoção da IA não comprometa a responsabilidade individual. Apenas assim poderemos aproveitar os benefícios da IA de forma responsável e sustentável.
