Reuniões virtuais com um funcionário de cada vez e sem pauta foi a saída encontrada por Mariane Wiederkehr, presidente da GuardeAqui, empresa de locação de espaços para armazenagem, para conhecer sua equipe. "Substituí o café por esses bate-papos para que as pessoas pudessem falar sobre o que fosse necessário. Não só para conhecê-las, mas para entender os desafios que cada um estava vivendo."
Com passagens por brMalls e Multiplan, Mariane assumiu a GuardeAqui em agosto e conheceu os diretores da empresa no seu primeiro dia de trabalho, quando foi ao escritório. A companhia logo tentou retomar o trabalho presencial, mas desistiu conforme o contágio do coronavírus voltou a acelerar. Em seus seis primeiros meses na empresa, Mariane foi umas dez vezes ao escritório – daí a necessidade de criar reuniões virtuais com cada funcionário.
"Numa situação normal, já teria um cuidado grande de conhecer as pessoas não só profissionalmente, mas pessoalmente. Até para poder liderá-las, saber como motivá-la. Mas conhecê-las remotamente é um super desafio", diz ela.
Num primeiro momento, essas reuniões com apenas um empregado se assemelhavam mais a entrevistas, e foi necessária mais de uma rodada para que houvesse uma maior intimidade. "Hoje, principalmente com meus (funcionários) diretos, parece que já trabalho há mais tempo do que há seis meses. Já me sinto íntima deles. Sinto falta do happy hour, do almoço em conjunto. Isso faz falta, mas, de um jeito ou de outro, a gente encontrou a nossa forma de se aproximar."
A maior dificuldade que Mariane enfrentou, porém, não foi conhecer sua equipe direta, mas o restante do pessoal. Aí, para discutir a estratégia da companhia, a opção foi fazer várias reuniões menores, quando o normal seria um workshop reunindo todo mundo. "Isso demandou mais dedicação. Fizemos cinco reuniões, e não uma, para possibilitar que as pessoas pudessem perguntar e interagir."
Apesar de já estar adaptada ao novo emprego, a executiva afirma não ser possível construir a cultura de uma empresa de forma remota da mesma forma que se faria presencialmente. "Dá para fazer, mas não com excelência." Para chegar o mais próximo do resultado que teria em tempos normais, Mariane destaca a necessidade de reforçar a comunicação, ser mais flexível."
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>