A Federação Nacional dos Trabalhadores em Transporte da CUT (Fentac/CUT), que representa os aeronautas, decidiu após assembleia na tarde desta quinta-feira suspender temporariamente o movimento de paralisações nos aeroportos brasileiros pelo menos até amanhã, quando acontece uma audiência de conciliação entre trabalhadores e empresas no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília, marcada para as 14 horas. Aeronautas e aeroviários realizaram uma paralisação “de alerta” em diversos terminais entre as 6h e as 7h da manhã de hoje, que chegou a atrasar cerca de 20% das partidas. A situação dos voos domésticos se normalizou no início da tarde.
As assembleias organizadas pela Fentac aconteceram nesta tarde em pelo menos seis cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Campinas (SP) e Belém. De acordo com o presidente da federação, Sergio Dias, o estado de greve continua e, se as negociações não avançarem, um novo cronograma de paralisações será definido.
O Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA) informou, por meio de sua assessoria, que optou por fazer consultas aos trabalhadores sobre os atos de hoje e não uma assembleia única. A entidade reforçou que uma decisão sobre os próximos passos da categoria só será tomada amanhã, após a audiência de conciliação.
Reivindicações
Em assembleias no último dia 14, aeronautas e aeroviários rejeitaram por unanimidade a proposta de reajuste salarial de 6,5%, ou 0,16% de aumento real, oferecida pelo Sindicato Nacional das Empresas Aérea (SNEA) – composto por TAM, Gol, Azul e Avianca. As categorias reivindicam 8,5% de reajuste salarial, a aplicação desta índice nos benefícios e melhores condições de trabalho.
Na avaliação do presidente de Sergio Dias, que acompanhou o protesto de hoje no Galeão, no Rio de Janeiro, a paralisação foi positiva. “Foi importante as duas categorias se unirem em prol de um resultado mais concreto”, afirmou. Segundo ele, a adesão dos trabalhadores foi bastante expressiva. “A proposta era cruzar os braços por uma hora e isso nós conseguimos”, disse.
O presidente da Fentac disse ainda que os trabalhadores reivindicam, além de ganho real nos salários, melhores condições de trabalho. “Esperamos que as aéreas atendam às reivindicações dos trabalhadores na aviação que estão insatisfeitos com essa atual situação”, completou.