Economia

Alta na renegociação pode sinalizar piora da inadimplência, diz economista

O volume de renegociação de dívidas presente na nota de crédito do Banco Central desta terça-feira, 23, chamou a atenção do economista do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves. Para ele, a retomada do crescimento desse indicador pode sinalizar uma piora da inadimplência nos próximos meses.

De acordo com dados do BC, o volume de crédito renegociado com recursos livres em maio subiu 2,6% ante abril, para R$ 23,367 bilhões. A marca de R$ 23 bilhões não era vista desde dezembro de 2013. Entram nessa conta as operações de empréstimos às pessoas físicas associadas à renegociação ou composição de dívidas vencidas. No final do ano passado, o montante dessas operações estava em R$ 21,914 bilhões, mas desde fevereiro de 2015 vem mostrando elevação, todos os meses.

“Isso pode mostrar que o mercado caminha rapidamente para uma situação de piora de inadimplência”, observou. O nível de calote ficou praticamente estável no mês passado, em 4,7% ante taxa de 4,6% vista em abril. A situação ainda é vista como confortável pelo BC. “As dívidas renegociadas das famílias vinham caindo, mas podem sinalizar uma prévia de inadimplência. O próximo passo, se continuar piorando, é de que vá em frente”, previu.

No passado, o BC avaliou que o aumento dessas renegociações estava relacionado a uma tentativa do consumidor de troca de taxas elevadas de financiamentos por outras mais baixas. Agora, no entanto, o momento é de alta dos juros em praticamente todos os segmentos de crédito.

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