São Paulo, 11/08 – Os juros futuros terminaram a sessão regular da BM&FBovespa desta quinta-feira, 11, perto da estabilidade, zerando, em boa parte dos contratos, o movimento de alta visto ao longo do dia. A maioria das taxas de médio e longo prazos encerrou nas mínimas, na medida que o aumento do apetite ao risco no exterior se impôs à pressão do câmbio e ao desconforto com o cenário fiscal.
Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 (71.945 contratos) encerrou em 13,965%, de 13,950% no ajuste de ontem. O DI janeiro de 2018 (132.060 contratos) fechou estável em 12,65%. Também repetiu o ajuste de ontem o DI janeiro de 2019, com 109.845 contratos, ao fechar em 12,09% (mínima). O DI janeiro de 2021 (78.235 contratos) terminou na mínima de 11,89%, de 11,85% ontem.
As taxas chegaram perto da estabilidade na última hora de negociação, mas já perdiam força de alta desde o início da tarde. Após o fim do leilão de venda de 10 milhões de títulos prefixados do Tesouro Nacional, houve reversão de operações de proteção contra o risco dos papéis, simultaneamente à aceleração dos preços do petróleo, que contagiou os mercados de ações e de moedas de países emergentes. O dólar não chegou a virar para queda ante o real, mas quase zerou o avanço, sendo negociado já na casa dos R$ 3,13 no fechamento da sessão regular.
Os preços do petróleo terminaram com a maior alta porcentual diária desde meados de julho. O barril WTI para setembro na Nymex encerrou em US$ 43,49, avanço de 4,26%, enquanto na ICE o barril do Brent para outubro subiu 4,51%, para US$ 46,04.
Os preços foram impulsionados pelas declarações do ministro de Energia da Arábia Saudita, Khalid Al-Falih, que afirmou estar preparado para “tomar qualquer ação necessária” para estabilizar o mercado global de petróleo bruto.
Ao longo do dia, contudo, pesaram em favor da alta das taxas futuras, além do câmbio, novas preocupações com a área fiscal. Após o governo ter tido de negociar o “inegociável” veto ao reajuste salarial a servidores para conseguir aprovar o projeto da dívida dos Estados na terça-feira, 9, repercutiu negativamente a informação do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, de que a programação orçamentária do governo para este ano já atingiu um saldo negativo de R$ 169 bilhões, dos R$ 170,5 bilhões previstos na meta fiscal deficitária de 2016.
Já o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta quinta-feira que a meta fiscal de 2016 será cumprida.