O economista-chefe para América Latina e Caribe do Banco Mundial, Carlos Végh, afirmou nesta terça-feira, 18, ser “excelente” a notícia de que o nível de atividade do Brasil se estabilizou, depois de ter registrado uma queda forte do PIB em 2015 e 2016. “O Banco Central está num processo de redução de juros, até adotou uma queda de 1 ponto porcentual na semana passado, e o movimento é importantíssimo para assegurar a recuperação do País”, apontou.
Na avaliação de Végh, é importante a aprovação de reformas fiscais no Brasil, incluindo a da Previdência Social, pois as contas públicas apresentam resultados negativos registrados por déficits primário e nominal. Perguntado sobre qual será o impacto em ativos financeiros se a reforma da Previdência não for aprovada neste ano, sobretudo por causa da crise política, ele preferiu não se manifestar. “Não vou especular sobre essa questão política, pois cabe aos brasileiros resolverem este assunto relacionado com a aprovação de reformas”, disse.
Corrupção
Para Végh, o processo de combate à corrupção que ocorre no Brasil, com as investigações da Operação Lava Jato, trará efeitos positivos para o País no longo prazo e também estimulará o ataque em outras nações da América Latina a casos de suspeita de esquemas de suborno envolvendo órgãos públicos.
“Com este processo, as instituições no Brasil ficarão ainda mais fortes, o que será positivo para a ampliação de investimentos no País em alguns anos”, apontou Végh.
De acordo com o economista, não é factível que será concretizada neste ano a previsão do Banco Mundial, realizada em janeiro, de expansão do PIB do Brasil de 0,5%. “A atividade mais fraca do que o esperado no final do ano passado gera um carregamento estatístico negativo mais forte para o Produto Interno Bruto deste ano”, comentou. “Neste contexto, acredito ser mais plausível um expansão menor, de 0,2%, como prevê o Fundo Monetário Internacional.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.