Economia

Bolsas caem em NY pressionadas por dados fracos nos EUA

As bolsas de Nova York fecharam em baixa nesta quarta-feira, 15, embora longe das mínimas da sessão, pressionadas por uma nova onda de aversão ao risco. Indicadores divulgados hoje nos EUA deram sinais de fraqueza da economia norte-americana, mas operadores destacaram também que as fortes oscilações nos índices acionários foram exacerbadas pela saída de fundos de hedge de investimentos não lucrativos.

O índice Dow Jones caiu 173,45 pontos (1,06%) e fechou aos 16.141,74 pontos, depois de ter registrado queda de cerca de 460 pontos durante a sessão. Essa foi a quinta sessão seguida de baixa no índice. O S&P 500 perdeu 15,21 pontos (0,81%) e fechou aos 1.862,49 pontos, acumulando queda no ano até agora. O Nasdaq recuou 11,85 pontos (0,28%), para 4.215,32 pontos.

As vendas de ações vistas hoje ampliaram a liquidação recente, gerada por preocupações com a desaceleração da economia global, com a inflação baixa na Europa e com o contínuo declínio nos preços do petróleo. Dados divulgados pela China e pelos EUA entre ontem e hoje mostraram que há fragilidade também nas duas maiores economias do mundo.

Entre os indicadores norte-americanos, o índice Empire State de atividade em Nova York caiu para 6,17 em outubro, muito abaixo da previsão de 20,0, enquanto as vendas no varejo dos EUA caíram 0,3% em setembro ante agosto, mais que a estimativa de queda de 0,1%. Separadamente, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês do país) diminuiu 0,1% em setembro ante agosto, o primeiro declínio em mais de um ano e contrário à expectativa de alta de 0,1%.

Na China, o índice de preços ao produtor caiu 1,8% em setembro na comparação com o mesmo período do ano passado. Já o índice de preços ao consumidor subiu 1,6% na mesma comparação. Os analistas consultados pela Dow Jones Newswires esperavam recuo de 1,5% no PPI e alta de 1,7% no CPI.

Analistas e operadores destacaram ainda motivos técnicos para o movimento negativo das bolsas de Nova York. Andy Ruckh, diretor de operações com ETF do BNP Paribas, afirmou que, aparentemente, investidores institucionais venderam ações de grandes empresas norte-americanas, que vinham tendo desempenho melhor que o de outras companhias nas últimas semanas, para evitar possíveis perdas futuras. “Seja investidor institucional ou de varejo, o sentimento parece ser de preservação de capital”, disse.

A forte queda do início da sessão atingiu marcas que forçaram a venda de ações por gerentes de fundos que são pressionados a se desfazer de ativos arriscados quando começam a perder dinheiro rapidamente. “As pessoas estão sendo agressivas em relação a cortar risco”, comentou Maneesh Deshpande, diretor de estratégia de derivativos do Barclays.

As empresas aéreas estiveram entre os destaques de quedas, depois de o governo dos EUA confirmar o segundo caso de transmissão do vírus ebola no país. A segunda enfermeira a contrair a doença voou de Cleveland para Dallas uma noite antes de relatar os primeiros sintomas, de acordo com informações do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês). As ações da United Continental caíram 1,44% e as da Delta Air Lines recuaram 1,25%.

Bank of America, que informou uma queda no lucro líquido para US$ 168 milhões no terceiro trimestre deste ano, de US$ 2,5 bilhões no mesmo período do ano passado, declinou 4,60%. O resultado por ação do BofA, porém, foi melhor que o esperado. O banco teve prejuízo por ação de US$ 0,01 no trimestre, menor que a perda de US$ 0,09 por ação prevista por analistas consultados pela Thomson Reuters. Fonte: Dow Jones Newswires.

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