Estadão

Bolsas da Europa fecham em alta, com menor cautela por Ômicron

As bolsas da Europa fecharam em alta nesta quarta-feira, em alguns casos com avanços superiores a 2%, em sessão marcada pela recuperação de parte das perdas ocasionadas pelos temores com a variante Ômicron do coronavírus. O tema vem sendo o principal elemento para os mercados, e, mais uma vez, ações de setores mais sujeitos ao cenário pandêmico e restrições de mobilidade, como petroleiras e aéreas, foram destaque. Assim, o índice pan-europeu Stoxx600 avançou 1,71%, a 470,86 pontos.

Para Michael Hewson, analista chefe de mercado da CMC Markets, há uma série de razões para o tom mais positivo, sendo uma delas as garantias do fundador e CEO da BioNTech, Ugur Sahin, de que as vacinas atuais ainda fornecerão uma defesa decente contra a nova variante, mesmo que não sejam tão eficazes. Além disso, Hewson aponta para comentários da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicando que novas vacinas são desnecessárias e que as infecções até agora têm sido leves, reforçando a narrativa mais positiva.

"Colocando as preocupações sobre a Ômicron de lado, os mercados também conseguiram ignorar a mudança inesperada de terça-feira do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, de que a autoridade estava tentando mudar seu foco de volta para a parte da inflação de seu mandato, e que seria prudente começar acelerando as discussões sobre uma redução mais rápida das compras de ativos", aponta Hewson.

O analista lembra que os índices experimentaram ganhos a despeito das preocupações com o atual quadro da doença, que em alguns casos, como o alemão, levam novas restrições a serem cogitadas.

Em Frankfurt, o Deutsch Bank subiu 2,69%, e a Lufthansa avançou 5,07%, em dia de recuperação para as aéreas. Os resultados ajudaram o DAX a ter o maior ganho entre os principais índices, subindo 2,47%, a 15.472,67 pontos. Entre os indicadores no país, houve quedas das vendas no varejo e do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial alemães.

Já os PMIs de manufatura da zona do euro e do Reino Unido subiram. Em Londres, o FTSE 100 avançou 1,55%, a 7.168,68 pontos. British Petroleum (+2,29%) e Royal Dutch Shell (+1,90%) estiveram entre os destaques. Também acompanhando a alta no barril de petróleo, a Total avançou 3,26% em Paris, e impulsionou partes dos ganhos de 2,39% do CAC 40, aos 6.881,87 pontos.

Em Milão, a Eni teve alta de 2,25%, ajudando o FTSE MIB a subir 2,16%, a 26.371,92 pontos. Enquanto isso, o Ibex 35 subiu 1,78% em Madri, a 8.452,60 pontos.

Em Lisboa, o PSI 20 subiu 0,75%, a 5.473,89 pontos.

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