Economia

Bolsas de NY têm melhor desempenho diário desde agosto de 2015

Com o melhor desempenho diário desde agosto de 2015, os mercados acionários americanos apagaram todas as perdas registradas na última sexta-feira, ao fecharem em forte alta. O arrefecimento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China foi a base do cenário para que os setores financeiro e de tecnologia liderassem os ganhos, enquanto os investidores continuaram monitorando notícias relacionadas ao Facebook.

O índice Dow Jones encerrou o dia em alta de 2,84%, aos 24.202,60 pontos; o S&P 500 avançou 2,72%, aos 2.658,55 pontos; e o Nasdaq saltou 3,26%, aos 7.220,54 pontos. As techs foram as principais ganhadoras do dia, com o subíndice de tecnologia do S&P 500 fechando em alta de 4,03%. Em pontos, o Dow Jones ganhou 669,40 pontos – a terceira maior pontuação diária da história.

Os ganhos nos mercados acionários começaram a encontrar apoio no domingo, após o Wall Street Journal revelar que China e EUA começaram negociações para melhorar o acesso de Washington aos mercados financeiros chineses. As discussões por trás dos bastidores ocorreram após anúncios de planos dos EUA de atingir a China com tarifas de até US$ 60 bilhões, alegando roubo de propriedade intelectual. Além disso, houve imediata retaliação por parte de Pequim, anunciando tarifas de US$ 3 bilhões contra produtos americanos.

Também no domingo, o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, disse que o governo de Donald Trump está “trabalhando em um caminho para ver se podemos chegar a um acordo sobre o que é o comércio justo para eles”. No fim de semana passado, o governo Trump enviou uma carta a autoridades chinesas, estabelecendo pedidos que incluem a redução de tarifas chinesas sobre automóveis americanos e maior acesso ao sistema financeiro da China pelas empresas americanas.

Para o estrategista Keith Parker, do UBS, como os produtos chineses a serem alvo de tarifas por parte dos EUA incluem máquinas e tecnologia da informação, “isso significa que os produtores americanos de produtos sujeitos a tarifas poderiam se beneficiar. Por outro lado, as ações com maior exposição à receita para a China ainda podem estar em risco”. Não à toa, na semana passada, papéis de gigantes de tecnologia foram fortemente vendidos.

Com isso, houve forte recuperação das techs e dos bancos vista nesta segunda-feira: o Goldman Sachs subiu 3,29% e o Morgan Stanley avançou 4,28%, enquanto entre as ações de tecnologia foram destaques a Apple (+4,75%), a Netflix (+6,45%) e a Intel (+6,32%). Já a Microsoft viu suas ações saltarem 7,57%, para US$ 93,78, no melhor desempenho diário porcentual desde outubro de 2015, em um movimento iniciado pelo Morgan Stanley, que elevou o preço-alvo das ações da companhia para US$ 130.

O processo de investigação do Facebook também continuou no radar. As ações da companhia chegaram a cair mais de 5% no início do pregão, entrando em bear market, após a Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês), agência ligada ao governo americano, comunicar que está investigando as práticas de privacidade da companhia de Mark Zuckerberg. No entanto, o cenário positivo para as empresas de tecnologia deu apoio às ações do Facebook, que, no fim do pregão, viraram para o positivo e fecharam em alta de 0,42%.

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