Política

Bolsonaro brinca com Moraes: ‘Gostaria de convidá-lo para ser meu vice em 2026’

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento na tarde desta terça-feira (10) ao Supremo Tribunal Federal (STF), na condição de réu no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado em 2022. Durante a oitiva, Bolsonaro protagonizou um momento inusitado ao brincar com o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal.

“Poderia fazer uma brincadeira?”, perguntou Bolsonaro. Moraes, rindo, respondeu: “Eu perguntaria ao meu advogado”. Na sequência, o ex-presidente disparou: “Gostaria de convidá-lo para ser meu vice em 2026”. O ministro, por sua vez, também em tom jocoso, respondeu com um breve: “Eu declino”.

Apesar do tom descontraído em parte do depoimento, o ex-presidente está inelegível até 2030, após duas condenações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

O depoimento teve início às 14h33. Bolsonaro levou consigo um exemplar da Constituição Federal, que levantou enquanto discursava para afirmar que não atentou contra a democracia. Ele também tentou mostrar um vídeo ao ministro Moraes, sugerindo que as imagens retratavam como é abordado por apoiadores nas ruas. “Gostaria de ver um vídeo?”, questionou. A resposta do ministro foi curta: “Declino”.

Bolsonaro é o sexto réu a ser interrogado no processo que investiga o chamado “núcleo crucial” da tentativa de ruptura institucional. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-presidente é apontado como figura central da organização criminosa que planejou e incentivou atos antidemocráticos no fim de 2022. O interrogatório faz parte do avanço das investigações sobre os responsáveis pela mobilização golpista que culminou nos ataques de 8 de janeiro de 2023.

Nesta segunda-feira (9), foram ouvidos o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e o deputado federal Alexandre Ramagem.

Na sessão desta terça de manhã, os interrogados foram o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional general Augusto Heleno.

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