Política

Brasil cai ainda mais em ranking de percepção da corrupção e registra a pior colocação da história

O Brasil alcançou em 2024 a pior colocação de sua série histórica no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), divulgado pela Transparência Internacional nesta segunda-feira. O país caiu para a 107ª posição entre 180 nações avaliadas, empatando com Argélia, Malauí, Nepal, Níger, Tailândia e Turquia. O resultado representa um novo recorde negativo desde o início da série, em 2012, evidenciando o enfraquecimento das políticas de combate à corrupção no setor público.

Segundo o relatório da entidade, o Brasil obteve apenas 34 pontos em uma escala de 0 a 100, onde pontuações mais altas indicam menor percepção de corrupção. O país ficou abaixo da média global (43 pontos) e da média regional da América Latina (42 pontos), aproximando-se de nações com regimes considerados autoritários, como a própria Turquia.

Entre os fatores que explicam o declínio estão o silêncio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre pautas anticorrupção e a manutenção do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, no cargo, mesmo após ter sido indiciado pela Polícia Federal por crimes de corrupção passiva, fraude em licitação e organização criminosa. A Transparência Internacional também destacou o impacto negativo da renegociação de acordos de leniência relacionados à operação Lava Jato, que fragilizou mecanismos importantes de responsabilização de empresas e indivíduos envolvidos em esquemas de corrupção.

O contraste com o desempenho de anos anteriores é gritante. Em 2014, o Brasil ocupava a 69ª posição, dividindo o ranking com países como Bulgária, Grécia e Itália. A deterioração progressiva reflete uma série de retrocessos institucionais e políticos que minaram a confiança da sociedade e da comunidade internacional na capacidade do país de enfrentar o problema.

Entre os países do G20, o Brasil ficou à frente apenas de México e Rússia, ambos conhecidos por desafios históricos no combate à corrupção. No topo do ranking, Dinamarca (90 pontos), Finlândia (88), Cingapura (84) e Nova Zelândia(83) mantêm-se como exemplos de transparência e boas práticas de governança pública.

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