O Brasil conseguiu levantar o embargo que a Argentina tinha imposto à carne bovina in natura do Brasil em 2012 em função de um caso atípico de vaca louca. A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, disse que apenas Japão e Coreia do Sul ainda restringem as compras do produto do Brasil pelo mesmo motivo. A negociação, que durou cerca de uma semana, teve como contrapartida brasileira o fim do embargo à maçã, pera e marmelo produzidos na Argentina, que havia sido levantado pelo Brasil em março pela presença da praga Cydia Pomonella. As vendas dessas frutas ao Brasil renderam aos argentinos no ano passado US$ 187 milhões.
Na visão da ministra, pode haver algum aumento de vendas da carne brasileira para a Argentina, mas o mais importante é a imagem da carne brasileira. “Temos de limpar nossa lista, não podemos ficar com nenhum mercado do mundo embargando nossa carne. Todos os nossos frigoríficos estão aptos a exportar carne para a Argentina”, afirmou a ministra.
O Brasil está em negociação para acabar com o embargo do Japão à carne brasileira in natura e termoprocessada. Entre 2 e 6 de julho a ministra irá ao país asiático para negociar o fim desse impedimento. Em contrapartida, deve ser dado aos japoneses autorização para vender carne Kobe para o Brasil. “A presidente Dilma Rousseff deve ir em novembro para o Japão para fechar um acordo”, disse Kátia.
O Japão tem usado o caso atípico de vaca louca do Brasil para manter restrição à carne brasileira in natura e, segundo a ministra, esse será um mercado novo, já que o Brasil nunca exportou carne para lá. A abertura do mercado norte-americano também se torna mais importante diante desse movimento que o Brasil vem fazendo em busca de novos compradores porque funcionaria como um selo de qualidade e facilitaria a abertura de outros mercados, a exemplo do Japão.
Kátia Abreu informou também que uma comitiva de chineses chegará ao Brasil na próxima segunda-feira para vistoriar mais nove plantas frigoríficas. No mês passado, a China já havia dado autorização para oito plantas e agora irá ampliar essa lista. Depois dessa vistoria, a ministra deve programar uma missão para a China para apresentar uma lista pré-autorizada de cerca de 100 empresas. Ela também está tratando da abertura de dos Estados Unidos para a carne bovina in natura do Brasil. A expectativa é de que 14 Estados brasileiros obtenham licença para vender. “Quando EUA autorizarem, teremos só de trabalhar a certificação”, explicou a ministra.